O consumo da carne bovina em Cuiabá e Várzea Grande teve um aumento considerável, segundo os donos de açougues, durante o período de isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus, que começou em março.
De acordo com os açougues, o isolamento social mudou também o perfil do consumidor da carne. Antes, um dos cortes mais procurado era o da alcatra, que custa cerca de R$ 27 o quilo. Mas agora os clientes preferem o acém, que chega a ser R$ 10 mais barato.
O dono de um açougue em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, Jorge Stephan, disse que costumava atender restaurantes, mas, com os estabelecimentos fechados, o foco agora é para os consumidores domésticos.
Para esse público, segundo ele, as vendas aumentaram.
“Nos três primeiros dias [de isolamento] chegamos a vender cerca de 150% a mais do que em dias comuns. Agora ainda estamos vendendo de 20% a 30% do que costumávamos a vender”, contou.
A China, principal importador da carne bovina brasileira, também voltou a comprar mais.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em março, foram enviadas ao mercado externo quase 38 mil toneladas de carne bovina, sendo mais da metade para os chineses.
Mesmo com a grande procura, do mercado interno e externo, os proprietários garantem que não há desabastecimento.
No entanto, por causa da pandemia que atingiu o estado em março, seis frigoríficos com as atividades paradas. Com isso, diminuiu o abate e exportação.
O professor Miguel Costa afirmou que está tentando se organizar melhor para não gastar muito, já que o consumo de carne na casa dele também é grande.
“Mudo a carne, compro uma com o preço menor. Tem que buscar outras formas de substituí-la também, como o frango que é mais barato”, disse.