O bloqueio e o sequestro de R$ 35 milhões em patrimônio de investigados por crimes tributários marcaram a ofensiva deflagrada nesta quarta-feira (19) em municípios de três estados. A medida atinge alvos em Confresa, Sinop, Barra do Garças e Alto Garças, além de localidades em Rondônia e Goiás.
A ação integra a Operação “De Volta ao Caixa”, conduzida pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira). Conforme informações da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários, a operação resultou na execução de seis medidas cautelares patrimoniais autorizadas pelo Judiciário.
Segundo o delegado Walter de Melo Fonseca Júnior, os investigados atuam em diferentes setores econômicos, incluindo agronegócio, transporte e implementos rodoviários. Ele destacou que parte dos alvos mantém atividades fora de Mato Grosso, o que ampliou o alcance das diligências.
O delegado explicou que esta operação representa a primeira fase de uma mudança de postura dentro do Cira. Após a conclusão das apurações e a formalização dos créditos tributários, medidas judiciais passam a ser solicitadas para impedir a dissipação de bens, com foco no ressarcimento ao Estado ao final do processo.
Fonseca Júnior também mencionou que, na nova linha de atuação do comitê, há abertura para mecanismos de composição. Assim, investigados podem buscar acordos ao longo da investigação ou durante o andamento processual — prática vista como alternativa para a recuperação mais rápida dos valores devidos.
Ação coordenada entre instituições
A ofensiva mobilizou equipes da Polícia Judiciária Civil, Ministério Público do Estado, Secretaria de Fazenda e Procuradoria-Geral do Estado. Todas essas instituições integram o Cira e atuam conjuntamente na identificação e no bloqueio de ativos desviados ao longo de práticas que violam a ordem tributária.
De acordo com informações repassadas pelo comitê, outras fases já estão em preparação. Elas devem alcançar novos grupos devedores distribuídos em diversos segmentos econômicos, garantindo continuidade às medidas de recuperação de valores.
As próximas diligências seguirão o mesmo protocolo: verificação da materialidade dos débitos, constituição formal dos créditos tributários e, quando necessário, adoção de medidas de restrição patrimonial. A expectativa é que esse modelo de atuação torne mais ágil a devolução de recursos ao Estado e reforce o caráter preventivo das ações.
A Operação “De Volta ao Caixa” foi divulgada pela Polícia Civil e confirma o esforço conjunto das instituições estaduais para evitar prejuízos contínuos aos cofres públicos, especialmente em situações envolvendo sonegação e fraudes estruturadas.
