Produtores, artistas e gestores culturais estiveram reunidos na IV Conferência de Cultura, realizado entre os dias 30 de novembro a 1º de dezembro, em Cuiabá, no Hotel Fazenda Mato Grosso.
O evento teve como objetivo realizar uma análise dos avanços e definir quais os desafios e diretrizes para os próximos anos, garantir a consolidação da cadeia produtiva da cultura e que ela seja reconhecida como instrumento de desenvolvimento econômico.
Representantes de 105 municípios participaram do encontro. Também houve painel temático, grupos de trabalho e apresentações artísticas.
Ao final, ocorreu um diálogo com a equipe de transição do governador eleito, Mauro Mendes, com a entrega de um documento elaborado pelos participantes do encontro.
Dentre as sugestões citadas no evento, estão: a necessidade da implantação de políticas, de repasse de recursos aos fundos municipais, a criação de uma rede estadual em defesa do patrimônio histórico-cultural e a idealização de um programa continuado de fomento à comercialização de bens e serviços da economia criativa, entre outros assuntos discutidos pelos grupos de trabalho.
O secretário de Cultura, Gilberto Nasser, fez um balanço positivo do evento. “É um momento de oportunizar um espaço de debate para que lideranças de vários municípios possam apresentar suas vivências e que as boas experiências ecoem a outros gestores, produtores e artistas que vão idealizar e realizar o produto cultural para a sociedade”, pontua.
“A equipe da Secretaria de Cultura se dedicou com afinco organizando a conferência. Recebemos mais de 300 delegados que trouxeram as demandas de várias regiões do Estado discutidas anteriormente em conferências municipais”.
O chefe do Departamento de Cultura de Vera (a 486 km de Cuiabá), Rodrigo Gomes, elogiou a atuação da secretaria. “ A organização e a acolhida calorosa foram marcantes. A secretaria tem feito um excelente trabalho nos repassando informações a todo momento, nos deixando sempre a par dos acontecimentos. Espero que haja continuidade deste trabalho de diálogo aberto”.
A produtora cultural, Cybelle Bussiki, considera de grande relevância a inserção dos agentes culturais de várias regiões do Estado. “A gente tem consciência do atual cenário político e de que forma ele pode impactar na produção cultural. Dependendo ou não da vontade política do poder público, sabemos o que precisamos realizar. Precisamos agir, pois política cultural é pensada para que perdure para os próximos anos, temos que pensar a longo prazo”, destaca.
Palestra e grupos de trabalho
A dirigente do Observatório de Governança Municipal e Políticas Públicas do Instituto de Planejamento de Fortaleza/CE, Cláudia Leitão, palestrou e pontuou as potencialidades do segmento.
Após os debates e sugestões trazidas pelos municípios, as proposições foram levadas à plenária com todos os delegados para comentários e aprovação final.
As ações e diretrizes propostas para a cultura mostraram os anseios dos gestores e técnicos municipais por capacitação, bem como a percepção da necessidade de mapeamento da cadeia produtiva da cultura e de seus impactos socioeconômicos.
O secretário de Cultura de Primavera do Leste (a 239 km de Cuiabá), Wanderson Lana, também reforçou essa perspectiva. “A cultura movimenta a economia e gera emprego. Esperamos que o que está sendo deliberado ajude os governantes a visualizarem a potencialidade de grande geradora de bens materiais e imateriais, de manifestações culturais, bem como seus valores naturais e que há artistas incríveis espalhados por esse Estado. Esperamos que haja uma política de interiorização para que nossa cultura seja exemplo no mundo inteiro”.
Já a coordenadora de fomento à leitura de Juína (a 737 km de Cuiabá), Patrícia Pereira, destaca que o momento é de reconhecimento das necessidades de cada município. “A gente traz nossos anseios para o debate maior, para que as políticas públicas sejam pensadas e sejam colocadas em prática. É um caminho longo, pois temos muitos objetivos e metas a serem cumpridas”.
Membro da Comissão Intergestores Bipartite (Cibe), Maciel Freitas, acredita que o grande objetivo seja subsidiar o próximo governo. “Para a equipe de transição, e mais tarde, quem estiver à frente da gestão do setor, possa atender nossas demandas, afinal, somos 141 municípios”.
À frente da equipe de transição, o maestro Fabrício Carvalho, participou de diálogo com a classe e ressaltou a importância da descentralização. Relembrou ainda a atuação de um dos principais produtores do Estado e servidor da SEC-MT, Anderson Flores (in memorian).