Uma mulher de 35 anos, que esteve em Xangai, na China, desembarcou em Belo Horizonte (MG) no sábado (18) com suspeita de coronavírus. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), que investiga o caso, a mulher chegou “com sintomas respiratórios, compatíveis com doença respiratória viral aguda”.
Em Mato Grosso ainda não há alerta de risco, porém, as pessoas que viajaram para o exterior devem prestar atenção a alguns sintomas.
O coronavírus, um vírus desconhecido pela ciência até pouco tempo, causou frisson na internet e já foi detectado em outros 5 países. No entanto, o médico infectologista, Tiago Rodrigues, esclarece algumas dúvidas sobre a doença viral aguda e alerta para não se criar um estado de “caos” no serviço de saúde.
No caso de Mato Grosso, o médico afirma que ainda é difícil projetar a dimensão da doença, por se tratar de um vírus relativamente novo. “Eu, ou qualquer outro médico, somos incapazes de falar as claras quais são os espectros clínicos dessa doença. Porque a partir de agora que vamos estudar e analisar, não só nós como o mundo”, aponta.
Apenas mato-grossenses que viajaram recentemente a alguns dos países com casos confirmados – China e Estados Unidos – devem observar se apresentam sintomas, que são comuns a doenças virais.
“Qualquer pessoa que tenha ido a um dos países que o vírus está acontecendo, se tiver algum sintoma de doença viral, como febre, dores no corpo ou astenia, que é fraqueza, qualquer coisa nessa ordem que remeta a uma virose, tem que ficar em quarentena e observação”, explica.
A Organização Mundial da Saúde cogita declarar uma situação de emergência de saúde pública de caráter internacional em torno do vírus, assim como fez com a gripe suína e o ebola.
Os vírus, geralmente, “pulam” de outros animais e sofrem mutações, até que sejam transmissíveis a humanos. Rodrigues relata que, se comprovado que o vírus é transmitido de humano para humano, é provável que essa declaração de emergência internacional aconteça.
Os médicos e cientistas estudam se ele é facilmente propagado. Ao menos 17 pessoas morreram em decorrência do vírus, que surgiu em dezembro passado na cidade chinesa de Wuhan.
Porém, o médico infectologista esclarece que a doença ainda é um mistério e um desafio para eles. Por isso, é importante que as pessoas permaneçam atentas aos sintomas, que são podem facilmente ser confundidas com resfriados, por exemplo.
“São sintomas comuns a qualquer doença viral, até voce suspeitar que seja pelo coronavírus. O que pode ajudar é a história imigracional, saber se a pessoa foi visitar alguns desses países recentemente”.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta. Contudo, foi informado que alertas de emergência só são repassados com respaldo do Ministério da Saúde.