O Cacique Raoni Metuktire, de 89 anos, líder da etnia Kayapó, deve receber alta nesse sábado (25) após quase 10 dias internado. Novos exames laboratoriais realizados nesta sexta-feira (24) apontaram melhora no quadro de saúde dele.
De acordo o Hospital Dois Pinheiros, em Sinop, a 503 km de Cuiabá, onde o indígena está internado, o cacique está em um apartamento do hospital aguardando os procedimentos ambulatórios para a saída.
O sobrinho-neto de Raoni, Patxon Metuktire, disse que o líder indígena deve retornar direto para a aldeia Metuktire, onde mora com a família. Segundo ele, todos estão felizes para a volta do cacique.
O médico responsável pelo tratamento de Raoni, Douglas Yanai, afirmou nesta sexta-feira que o indígena passou a noite bem, sem febre, com a pressão arterial controlada e sem mais anormalidades.
“Ele já conversa de forma mais ativa com a equipe médica e manifesta sua ansiedade em voltar para o lar”, ressaltou.
Internação
Raoni Metuktire foi internado em um hospital de Colíder, no dia 16 após passar mal. Já no dia 18 ele foi transferido de avião para Sinop após complicações gastrointestinais e desidratação.
Segundo a direção do Instituto Raoni, o cacique apresentou um quadro depressivo após a morte da mulher dele, Bekwyjkà Metuktire, no dia 23 de junho, há um mês. Ela tinha diabetes e sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Na terça-feira (21) os médicos precisaram trocar a medicação do cacique para o tratamento da infecção intestinal.
Histórico
O líder indígena é reconhecido internacionalmente pela luta que articula pelos povos indígenas. Em 1989, ele teve um encontro histórico com o cantor Sting durante o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA).
Os dois se reencontraram em 2009 na cidade de São Paulo para conversar sobre a construção da Usina de Belo Monte.
Em novembro de 2012, Raoni foi recebido pelo presidente da França, François Hollande, no Palácio do Eliseu. Na ocasião, o cacique pedia a preservação da Amazônia e dos povos que vivem na região.
No ano passado, Raoni foi chamado pelo presidente Jair Bolsonaro de “peça de manobra” usada por governos estrangeiros para “avançar seus interesses na Amazônia”.
A declaração ocorreu após o cacique se encontrar com o presidente da França, Emmanuel Macron, em busca de apoio para a defesa da Amazônia.