Com a oferta reduzida, o mercado de bovinocultura de corte apresentou altas significativas em 2020, aponta IMEA

Fonte: Cenário MT/IMEA

No Brasil, a criação de gado foi iniciada tão logo foram implantados os primeiros engenhos de açúcar em Pernambuco, na primeira metade do século XVI.
No Brasil, a criação de gado foi iniciada tão logo foram implantados os primeiros engenhos de açúcar em Pernambuco, na primeira metade do século XVI.

Os dados do Imea, referentes aos Custos Operacionais Totais (COT) de 2020, demostraram aumentos em todas as modalidades de produção da pecuária de corte mato-grossense.

Ao analisar o consolidado anual, observou-se que os gastos com suplementação, aquisição de animais e impostos e taxas foram os três fatores que mais influenciaram no COT anual.

Este cenário esteve atrelado ao acréscimo mais intenso nos preços dos insumos utilizados na alimentação animal, como o farelo de soja e milho, além das cotações recordes observadas nos animais de reposição e na arroba do boi gordo – as quais geraram maior incidência de Funrural no ato da venda para abate.

Nesse viés, no comparativo com 2019, as variações com as despesas foram de +11,33% para cria, +46,30% para a recria e de +4,43% para o ciclo completo. Com isso, o COT de 2020 encerrou com média de R$ 136,69/@, R$ 199,31/@ e R$ 121,35/@, respectivamente.

Com a oferta reduzida, o mercado de bovinocultura de corte apresentou altas significativas. No comparativo semanal, o boi gordo teve acréscimo de 2,13% e encerrou cotado a R$ 272,10/@, e a vaca gorda ficou em R$ 260,31/@, com valorização de 3,36% no mesmo comparativo.

  • A escassez de animais disponíveis para abate levou as indústrias frigoríficas a encurtarem suas escalas de abate, as quais terminaram a semana na média de 4,63 dias.
  • No mercado futuro, os contratos correntes e de Maio apresentaram acréscimos de 2,20% e 1,18%, respectivamente, ante a semana passada. Sendo assim, ficaram cotados na média de R$ 295,05/@ e R$ 283,15/@, na mesma ordem.
  • Em função da pouca demanda varejista, o equivalente físico (EF) do atacado fechou a semana com recuo. Sendo assim, o indicador ficou na média de R$ 244,64/@, decréscimo de -0,19% em relação à semana passada.

OCIOSIDADE:

Em dezembro de 2020 Mato Grosso esteve com 98% das suas plantas em operação. Porém, a utilização frigorífica real do estado ficou em 62,82% – a menor observada desde setembro. Mesmo com a leve alta no volume de bovinos abatidos em dezembro, as regiões que tendem a abater mais machos tiveram os maiores decréscimos no período – tanto no abate, quanto na utilização real.

Dentre elas estão às regiões nordeste (-28,01%), centro-sul (-16,12%) e sudeste (-11,57%). Já as regiões que aumentaram seus abates, principalmente de fêmeas, apresentaram variações positivas ante o mês anterior, sendo os casos das regiões noroeste (18,55%) e oeste (9,44%).

Com isso, a diferença do indicador ante a nov.20 foi de -6,70 pontos percentuais, e ante a dezembro de 2019, de -3,98 pontos percentuais.

Vale ressaltar que as vendas mais fracas nos mercados interno e externo e a baixa oferta de animais contribuíram para a maior ociosidade das indústrias. Para janeiro de 2021, esse cenário pode permanecer, uma vez que já são observadas escalas de abates mais curtas.