Mato Grosso é o segundo maior produtor de biodiesel do país e tem 14 usinas instaladas. Em 2018, foram comercializados mais de R$ 5 bilhões de litros de biodiesel no estado. Assim como outros biocombustíveis, o biodiesel usa fontes renováveis de energia. A soja é uma das principais matérias-primas para produção do biodiesel.
De acordo com Daniel Latorraca, economista do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), com o fomento do biodiesel, a agroindústria fica estimulada e por consequência da produção de soja.
Os especialistas e produtores de combustíveis dizem que a expectativa do setor é de que, a partir deste mês, a mistura do biodiesel no diesel aumente de 10% para 11%. Esse percentual deve chegar a 15% até 2023.
No Brasil, a comercialização de biodiesel é feita por meio de leilões públicos organizados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). No total, são 51 usinas produtoras. Uma delas fica em Sorriso, a 420 km da capital. Em Mato Grosso, são produzidos 290 mil litros de biodiesel por dia.
Estênio Carvalho, gerente da usina em Sorriso, contou que no último leilão, do total da produção mato-grossense, 61% foram para região norte do país, 21% para o nordeste e 18%, para o centro-oeste.
Segundo Rodrigo Guerra, vice-presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel Nacional (Aprobio), o mercado do biodiesel está aquecido.
“Necessitamos de mais investimentos tanto na ampliação das próprias instalações, como para entrada de novos players para atender o mercado no futuro”, comentou.
Segundo pesquisadores, a fumaça preta que sai do motor dos veículos à diesel que não usam filtros não são benéficos. A fumaça tem partículas de gás carbônico (co2) que, quando são liberadas na atmosfera, contribuem para o aquecimento global. Para amenizar os impactos decorrentes dessa queima de combustível, foi desenvolvido o biodiesel.
Evandro Luiz, pesquisador do Departamento de Química da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), explicou que o biodiesel é um combustível oxigenado e que contém o átomo de oxigênio (o2) que não tem no diesel. Esse oxigênio presente no óleo vegetal é que gera uma queima melhorada do combustível no motor e possibilita a redução nos gases do efeito estufa.