Em uma iniciativa importante para o combate à violência contra a mulher, colaboradores do Shopping Pantanal participaram de um treinamento nesta quarta-feira (17) sobre como proceder ao se deparar com o Sinal de Ajuda. O gesto, que consiste em abrir a mão, dobrar o polegar e fechar os outros dedos sobre ele, é utilizado por mulheres em situação de violência para pedir ajuda de forma discreta.
A assistente social Renata Teixeira ressalta que “não existe uma receita de bolo” para lidar com essas situações, mas que o treinamento oferece ferramentas para que os colaboradores possam intervir de forma eficaz. Ela também destaca a importância de orientar a mulher sobre a rede de apoio disponível, de chamar a polícia se necessário e de sugerir à vítima que efetue o registro de ocorrência.
A coordenadora adjunta do Centro de Apoio Operacional da Violência Doméstica do MPMT, promotora de Justiça Gileade Pereira Souza Maia, alertou para os alarmantes índices de violência contra a mulher em Mato Grosso. Segundo ela, o estado teve a maior taxa de feminicídio do país em 2023, com 2,5 mortes para cada grupo de 100 mulheres. “Mato Grosso está entre os três estados onde a violência letal contra mulheres mais cresceu. Não é mimimi, estamos perdendo mulheres por causa do machismo”, ressaltou.
O treinamento dos colaboradores do Shopping Pantanal é um desdobramento da campanha “Juntos por Elas”, lançada pelo MPMT e parceiros em março deste ano. A campanha, que tem como conceito “A violência começa quando o respeito acaba”, visa conscientizar a população sobre a importância de combater a violência contra a mulher e de reconhecer o Sinal de Ajuda.
Orientações para auxiliar vítimas diante do Sinal de Ajuda:
O treinamento, realizado pela equipe multidisciplinar do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), abordou as seguintes orientações:
- Priorizar o atendimento da mulher: A segurança física e psicológica da vítima deve ser a principal preocupação.
- Não se colocar em risco: É importante avaliar a situação e tomar medidas para garantir a própria segurança.
- Respeitar a vontade da vítima: A mulher deve ter autonomia para decidir como deseja proceder.
- Manter a discrição: É fundamental não divulgar informações sobre a vítima ou o agressor.
- Realizar escuta qualificada: Ouvir a mulher com atenção e sem julgamentos é essencial para oferecer o apoio necessário.
- Ofertar o auxílio necessário: Informar a vítima sobre a rede de apoio disponível e ajudá-la a acionar os serviços competentes, como a polícia ou um serviço de atendimento à mulher.