A Copa do Mundo de Futebol foi realizada no Brasil em 2014 e, embora tenha acontecido já na gestão do ex-governador Silval Barbosa (sem partido), o evento foi apontado durante todo o Governo Pedro Taques (PSDB) como um dos maiores vilões da crise econômica no Estado. Cinco anos depois, já com Mauro Mendes (DEM) no comando do Paiaguás, o Mundial de futebol segue culpabilizado pelo rombo nas contas públicas e é um dos tópicos do decreto de calamidade financeira anunciado pelo democrata na semana passada.
De acordo com o decreto, a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 ocasionou o “aprofundamento do endividamento do Estado”. Conforme apurado dentre as 12 cidades-sede da Copa, Cuiabá foi a que mais se endividou com órgãos ligados ao Governo Federal. Ao todo, a capital mato-grossense contraiu R$ 1,575 bilhão de empréstimos para as obras do Mundial.
Entre as dívidas de Mato Grosso relacionadas à Copa do Mundo destaca-se um empréstimo de R$ 392,95 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Este montante foi utilizado para a construção da Arena Pantanal, através do ProCopa Arenas. O estádio, no total, custou mais de R$ 600 milhões e segue inacabado.
Outra dívida amarga da Copa do Mundo refere-se ao Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Ao todo, foram liberados R$ 1,182 bilhão pela Caixa Econômica Federal (CEF) para a obra que teve início em 2012, deveria ter sido entregue em 2014, mas chega a 2019 em seu ‘terceiro mandato’. Mauro Mendes será o responsável por tentar desempacar a obra.
Em novembro do ano passado o Governo tentou contrair outro empréstimo com a CEF, no montante de R$ 800 milhões, que seriam utilizados para a conclusão das obras e operacionalização do VLT. Mas a autorização para o crédito foi negada pela Assembleia Legislativa. Se finalizado, o modal deverá custar mais de R$ 2 bilhões aos cofres públicos, ou seja, o dobro do previsto.