A aguardada chuva de meteoros Gemínideas, a principal e última do ano, teve seu início no início de dezembro e atingirá seu ápice nesta sexta-feira (15), podendo ser apreciada em todo o território nacional. As condições climáticas do local serão determinantes para a visibilidade do fenômeno, que, em Mato Grosso, será mais perceptível no leste do estado, próximo à divisa com Goiás, de acordo com informações do instituto Climatempo.
O professor titular de Física da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Araguaia, Adellane Araújo Sousa, esclareceu que a chuva de meteoros foi mais visível a partir da noite de quarta para a madrugada de quinta, estendendo-se também pela noite de quinta-feira. “Apesar de ser mais visível no hemisfério norte e nas regiões norte e nordeste do Brasil, há a possibilidade de ser observada em uma noite bastante escura, especialmente durante a lua nova, a olho nu”, afirmou.
O fenômeno ocorre anualmente, quando a Terra cruza a órbita de detritos deixados por um asteroide, sendo essa a origem dos meteoros visíveis durante essa noite. Denominada de “Geminídeas”, a chuva aparenta ter sua origem na constelação de Gêmeos.
Para aqueles que apreciam a astronomia, a chuva de meteoros Geminídeas proporciona um espetáculo celeste impressionante, marcando o encerramento do ano de 2023 com um espetáculo natural de tirar o fôlego.
Explorando as Gemínidas: Uma Jornada Além da Órbita
Dentre as diversas chuvas de meteoros que pontuam nosso calendário celeste, as Gemínidas destacam-se como uma exceção intrigante. Ao contrário da maioria, que está associada a cometas, as Gemínidas têm sua origem ligada a um asteroide notável: o NEO 3200 Faetonte.
Descoberto em 1983, o asteroide percorre sua órbita ao redor do Sol a cada 524 dias, aproximando-se consideravelmente da estrela em seu periélio, o ponto orbital mais próximo do Sol. A distância íntima atingida é impressionante: 20.943.696,01 km ou 0,14 Unidades Astronômicas.
A imensidão desse valor pode parecer quase infinita para nós, seres humanos. No entanto, ao considerarmos as vastas proporções do Sistema Solar, percebemos que esse número representa apenas uma pequena fração do espaço interplanetário. Uma imagem reveladora nos mostra o NEO 3200 Faetonte alcançando uma proximidade notável com o Sol, ultrapassando até mesmo a órbita de Mercúrio, o planeta mais próximo da estrela central do nosso sistema.
Este espetáculo cósmico anual, conhecido como Gemínidas, ganha ainda mais fascínio quando compreendemos sua conexão singular com o asteroide Faetonte. Enquanto a Terra cruza a esteira de detritos deixados por este viajante espacial, somos presenteados com uma chuva de meteoros espetacular, iluminando o céu noturno e proporcionando aos observadores terrestres uma visão cativante do cosmos em ação.