A Polícia Civil em Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), por meio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), concluiu o inquérito decorrente da Operação Fidere e indiciou um casal por crime de estelionato e falsificação de documento particular praticado contra dezenas de vítimas identificadas em vários municípios do estado. A Polícia Civil estima que o crime tenha movimentado aproximadamente R$ 1 milhão em dois anos.
Um dos indiciados está preso preventivamente desde o dia 25 de junho, quando a Derf deflagrou a operação para cumprir mandados judiciais de prisão e de buscas contra o homem, suspeito de praticar estelionato nas cidades de Rondonópolis, Paranatinga, Novo São Joaquim, Itiquira, Jaciara e Guiratinga.
O inquérito policial, com mais de 600 páginas, foi concluído com farto elemento probatório de autoria e materialidade sobre os crimes praticados pelo investigado de 34 anos e sua companheira, que o teria auxiliado nos delitos.
A equipe da Derf identificou até o momento 84 vítimas da dupla, sendo que uma delas é mãe da mulher indiciada. Além das vítimas que registraram boletins de ocorrência nas cidades mencionadas e que deram oriegem ao inquérito, após a Operação Fidere surgiram mais 65 vítimas dos golpes de estelionato.
Golpes e investigação
As investigações começaram em 2019, após diversos pessoas procurarem a Polícia Civil nas cidades de Rondonópolis, Paranatinga, Novo São Joaquim, Itiquira, Jaciara e Guiratinga. As vítimas informaram à Polícia Civil que tiveram seus nomes negativados pelos serviços de proteção ao crédito (SPC e Serasa) por inadimplência em contratos de empréstimos bancários, em que figuraram como avalistas, sendo que nunca contrataram ou deram anuência para as operações.
Diante da gravidade dos fatos, número de vítimas e pelo indiciado já responder a outros inquéritos policiais pelo crime de estelionato e risco de reiteração da atividade criminosa, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva e os mandados de busca e apreensão em endereços do suspeito, de 34 anos. Os pedidos foram deferidos pelo juízo da 3ª Vara Criminal de Rondonópolis e cumpridos no dia 25 de junho.
Nos locais das buscas foram apreendidos diversos documentos, R$ 3 mil reais em dinheiro, computadores e outros materiais que reforçam a linha investigatória que já vinha sendo desenvolvida pela Derf de Rondonópolis.
Conforme apuração, entre os anos de 2018 e 2019, o investigado de 34 anos se passando por representante de uma empresa de assistência médica, “Economy Brasil”, negociou planos de assistência em saúde para diversas pessoas em cidades de Mato Grosso, oportunidade em que recolhia assinaturas eletrônicas e cópias dos documentos pessoais das vítimas para a formalização dos contratos.
Em posse dos documentos e assinaturas eletrônicas digitalizadas, o indiciado contratava empréstimos bancários em seu nome e de pessoas jurídicas de sua propriedade utilizando os dados dos clientes com quem havia negociado planos de assistência médica, que ficavam como avalistas dos empréstimos, sem o conhecimento ou anuência das vítimas. Após a inadimplência dos pagamentos, a instituições bancárias começavam a cobrança e negativação dos avalistas/vítimas, oportunidade em que descobriram que foram vítimas do crime de estelionato.