Amaury Antunes da França e a esposa, Ireni Lopes da França, atravessaram uma área de alagamento em um sítio a 150 km de Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, para “tomar uma cachaça” depois de dias isolados na zona rural. Segundo eles, a chuva forte e a situação de emergência no município acabou afetando a rotina deles no sítio.
Eles passaram pela área alagada em uma motocicleta. Nas imagens, a esposa comenta que quase não conseguiram passar, mas fazem “tudo por cachaça”.
Eles já estavam cansados de esperar e decidiram enfrentar a chuva, depois de dias seguidos aguardando o temporal passar. Sem uma ponte que dá acesso pela estrada, Amaury disse que já estão acostumados com situações como essa, mas que, neste ano, a chuva foi mais intensa do que anos anteriores.
“Vamos na vila no sábado e para tomar uma cachaça tem que enfrentar uma água. Bebemos um pouco lá e trouxemos para casa. Porque não dá de atravessar depois, se beber tudo lá”, contou.
Conforme ele, o lugar em que vivem tem diversas dificuldades de acessibilidade para se deslocar até a cidade ou na vila mais próxima, que fica a 20 km.
“A gente gosta daqui, mesmo sendo difícil. Estamos acostumados todo ano a enfrentar isso, mas esse ano está maior o alagamento. Está mais forte”, disse.
Situação de emergência
Ao decretar situação de emergência, a prefeitura citou as chuvas fortes que atingiram a região e aumentaram exponencialmente o nível d’agua do lençol freático, o que causou enxurradas, alagamentos, rompimentos de bueiros, danos e destruição de pontes, ocasionando o isolamento de comunidades na zona rurais.
De acordo com a prefeitura, cerca 12 pontes estão interditadas e outras estruturas ficaram parcialmente danificadas. Em certos pontos, as estradas estão totalmente encobertas pela água.
A prefeitura informou que pontes provisórias estão em fase de construção para que a passagem de veículos não pare. O documento, assinado pelo prefeito Mauricio Ferreira de Souza, tem validade de 90 dias e pode ser prorrogado até completar 180 dias.