Uma campanha está arrecadando máscaras de mergulho para pacientes internados com o novo coronavírus no estado. A iniciativa começou em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, mas se estendeu por todo o estado.
Os fisioterapeutas Ramon Tazoniero e Valentina Bernardi estão na linha de frente do combate à Covid-19 e afirmam que as máscaras de mergulho podem ser uma alternativa importante para pacientes com dificuldades para respirar.
“O paciente quando chega na UTI ele apresenta desconfortos leves e quedas da saturação, do nível de oxigênio no sangue”, explicou Ramon.
Ligadas a um respirador, as máscaras podem ajudar a estabilizar os pacientes em leitos semi intensivos, evitando que eles sejam intubados e ocupem um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Temos estudos que trazem que em pacientes com Covid-19, temos uma média de 15 dias de internação com o paciente intubado. Com a máscara, conseguimos reverter isso em 24 ou 48 horas e liberar essa vaga”, disse Valentina.
Foi levando isso em consideração e avaliando estudos e testes feitos por outros países que mostraram a eficiência do acessório, que os fisioterapeutas de todo o estado se uniram e criaram uma campanha de arrecadação.
Segundo eles, são aceitas máscaras usadas ou doações em dinheiro para comprar os equipamentos novos. A arrecadação está sendo feita por meio de uma vaquinha online.
Somente para Rondonópolis, um dos lugares mais afetados pelo vírus no estado, a expectativa é conseguir 40 máscaras de mergulho. Os acessórios serão distribuídos em três hospitais do município que atendem pacientes com o novo coronavírus.
O grupo também precisa de recursos para produzir adaptadores que ligam a máscara ao respirador e são feitos em impressoras 3D.
Os primeiros protótipos foram doados por instituições que acreditaram na iniciativa.
O servidor público Mario Feciti também está arrecadando os produtos para ajudar os pacientes.
“Não sou da área, mas fico feliz em conseguir mostrar que a tecnologia junto com a ciência pode salvar vidas. Hoje, muitos não acreditam na ciência, mas a ciência e a tecnologia devem andar juntas”, ressaltou.
Sensibilizada com a causa, a servidora pública Márcia Medeiros foi a primeira a doar uma máscara para a campanha do amigo.
“Recemos a vida todos os dias, então eu posso colaborar com a vida com essa máscara”, afirmou.