A advogada Brenda Catarini da Silva Stofel e a Miss Cuiabá 2020, Gabriela Sousa Guimarães, que é estudante de direito, criaram uma campanha para incentivar mulheres vítimas de violência doméstica no estado. O movimento “Elas porque sim” busca enaltecer o protagonismo feminino e apoiar mulheres que sofreram agressões, com a divulgação nas redes sociais de vídeos com relatos de vítimas e outras experiências.
O movimento já começou e vários vídeos estão sendo publicados em contas particulares nas redes sociais.
A advogada contou que a ideia surgiu de um encontro das duas que aconteceu no Fórum de Cuiabá. Elas estavam conversando sobre mulheres vítimas de violência e as dificuldades dessas mulheres em restabelecer a vida buscando os próprios sonhos.
O intuito da campanha é inspirar outras mulheres, principalmente as que estão com depressão, sofrendo agressão física ou psicológica e querendo desistir de tudo. No contexto geral, a intenção é reafirmar o protagonismo feminino e incentivar as mulheres que são vítimas, segundo Brenda.
“Concordamos que outras mulheres têm que ter oportunidades e alcançar o que elas querem. Na perspectiva que as mulheres estão conquistando os espaços e na medida de urgência da Lei Maria da Penha por causa das mulheres que foram vítimas, todas devem se tornar protagonistas da própria história. Então temos que nos unir e incentivar umas as outras”, declarou Brenda.
A ideia é mostrar à sociedade histórias de mulheres que venceram e superaram problemas de violência, mas sempre resguardando a pessoalidade de cada uma e sendo abordadas no aspecto legalista e cultural, explicou a advogada.
A Miss Várzea Grande 2020, Gabriela Marques, participou do projeto e fez um vídeo.
Ela defendeu a liberdade da mulher de se expressar e não ser subjugada na sociedade pela forma de vestir. A miss tem um projeto particular de incentivo a estudantes de direito, ela contou que fez isso após ter passado por um momento ruim na vida, ela perdeu o pai e os avós em um acidente de carro.
“Mulher você é única e capaz de escrever seu futuro. Você é linda, você é capaz e pode ser o que quiser”, enfatizou Gabriela Marques, no vídeo.
Brenda conta que o objetivo principal é a sororidade – conceito de união entre as mulheres -, para que juntas, todas possam dar apoio umas às outras.
“O movimento é para que elas possam ser representadas e, assim, mostrar aquelas histórias que não foram contadas. Incentivando outras mulheres, no protagonismo feminino e na conscientização social das mulheres vítimas de violência doméstica. No fortalecimento para que não desistam dos sonhos”, contou a advogada.
Os vídeos devem ser gravados individualmente e ter a duração de 1 a 3 minutos contando um pouco das próprias histórias, totalmente autônomos. São histórias falando de assuntos que hoje permeiam a sociedade, como feminicídio e todo o tipo de agressão, superação e persistência dos sonhos e metas pessoais.
Neste mês, que faz referência ao Dia Internacional da Mulher, elas buscam enaltecer a campanha. Já foram publicados vídeos gravados e postados na rede social, mas de mulheres que estão conquistando carreiras profissionais. Os exemplos das vítimas de violência doméstica ainda serão divulgados.
No entendimento das idealizadoras, com os vídeos, as mulheres vão se sentir amparadas. Elas afirmam que existem leis extremamente qualificadas para a proteção das mulheres, mas infelizmente na vida real, no dia a dia, mesmo com as leis, as mulheres não se sentem protegidas totalmente.
Além disso a campanha também tem o intuito de dar visibilidade às mulheres empreendedoras que têm vontade de serem protagonistas da própria história e modelos para incentivar outras mulheres, com palavras de apoio e estimulando a união entre elas para que não desistam dos próprios sonhos.
“Meu maior objetivo de mulher e de miss, é inspirar mulheres, com essa campanha sinto que estou no caminho certo. Por nós mulheres podemos sim fazer e ser o que quisermos. E porque não ajudarmos umas as outras?! Acho que isso é um dos melhores exemplos de sororidade”, disse Gabriela.
Brenda contou que o movimento deve ter o apoio de outras mulheres, como advogadas e juízas. Por enquanto campanha prevê que seja divulgado os vídeos nas contas pessoais das redes sociais.
Entretanto, devido à grande aceitação de mulheres, as idealizadoras criaram uma conta pública no Instagram, que tem o mesmo nome da ‘hashtag’.
Questionadas sobre a exposição das mulheres que sofreram agressão mesmo que elas queiram se expor, a advogada e idealizadora explica que todas vão ser amparadas pelo âmbito legal e jurídico.
Contudo, as personagens reais por conta própria vão tomar frente do conteúdo de uma forma sem ser burocratizada.
Usando a hashtag, os vídeos são publicados e compartilhados, atingindo positivamente todas as mulheres. A ideia é auxiliar umas às outras dentro das próprias perspectivas de vida pensando nas possibilidades.
A advogada disse que irá ser uma das personagens e produzirá um vídeo contando a própria história. Ela foi mãe duas vezes, aos 16 e aos 19 anos. Tem uma filha de 8 anos e um filho, de 5. Ela participa de comissões da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso (OAB-MT).
Brenda atua na área da advocacia empresarial, negocial e de consumidor e afirma que seu propósito de vida é sempre tentar evoluir como pessoa, profissional e mulher. “Precisamos alcançar mais. O vídeo tem que ser algo fluído e para impactar, a ideia é incentivar mulheres”, declarou.
