Na manhã desta quinta-feira (21), foi realizada a abertura da campanha 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero. A cerimônia contou com a presença de autoridades, servidores e representantes de entidades.
A campanha 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero acontece todos os anos para marcar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres (em 25 de novembro) e também o Dia Internacional dos Direitos Humanos (em 10 de dezembro). A campanha teve início em 1991 com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. No Brasil, a campanha é realizada desde 2003 por meio de ações de mobilização e esclarecimento sobre o tema.
O prefeito Luiz Binotti destacou a importância da campanha e parabenizou a Secretaria de Assistência Social, a primeira-dama Rafaela Frizzo e a equipe organizadora. “Nós temos que fazer um grande trabalho nas escolas, com as nossas crianças, para que a próxima geração venha com uma mentalidade diferente, é um problema histórico e cultural em muitos países, precisamos transformar isso para que seja possível mudar com essa nova geração. São 16 dias de conscientização com várias palestras, com certeza teremos um avanço”.
Na oportunidade, o prefeito anunciou a criação da Patrulha da Mulher que tem por objetivo avaliar os riscos e monitorar mulheres vítimas de violência, integrando a rede proteção e garantindo os direitos das mulheres que sofrem algum tipo de violência doméstica ou familiar. Em Mato Grosso, o projeto existe em Barra do Garças desde 2018 e se estendeu para Cuiabá e Várzea Grande.
De acordo com a primeira-dama Rafaela Frizzo, durantes os 16 dias serão realizadas quase diariamente atividades, divulgação de informações que serão levadas à população luverdense. “É uma campanha importante, as mulheres precisam procurar ajuda e lutar contra a violência, seja física, psicológica ou patrimonial. Esse ano estamos intensificando mais ainda essa campanha, porque infelizmente é uma situação que está presente no nosso município, e nós precisamos da ajuda de todos para falar sobre assunto”.
Em Lucas do Rio Verde, de janeiro a outubro deste ano, foram feitos 185 registros de violência contra a mulher, entre a demanda de ofícios encaminhados pela Polícia Civil (175), atendimentos do Caps (07) e pelo Creas (03).
O diretor do Fórum da Comarca de Lucas do Rio Verde, juiz Hugo José Freitas da Silva, participou da abertura e ressaltou o trabalho que vem sendo feito no município. “A gente precisa ter uma mudança de cultura, uma mudança de paradigmas, que as mulheres não são objetos, nós precisamos através desses eventos melhorar essa situação e principalmente mudar esse tipo de cultura. A Lei Maria da Penha ajuda muito, mas ainda há muito o que se fazer nesse setor”.
Para Adriana Sotier Wolff, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, é necessário efetivar os direitos da mulher e fortalecer a rede de proteção à mulher. “O conselho vem buscando melhorias nesta área, temos o anseio de uma delegacia da mulher, para que seja feito um atendimento especializado no município e estamos contribuindo para fazer a diferença. Estamos juntos nesta campanha para levar a conscientização à população”.
A rede de atendimento às mulheres em situação de violência é pautada nos direitos, acolhimento, humanização e integralidade da assistência priorizando serviços de proteção e saúde à mulher é integrada pelas polícias Militar e Civil, Bombeiros, Guarda Municipal, Poder Judiciário, secretarias municipais de Assistência Social (Cras, Creas e Cram), de Saúde, de Educação e demais envolvidas, Conselho Tutelar e conselhos municipais de direitos.
A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, a procuradora Glaucia Anne Kelly Rodrigues do Amaral, foi a palestrante da abertura e enfatizou a importância de reunir representantes de diversos setores para debater a proteção à mulher e à família. “Os órgãos públicos precisam agir em conjunto, todos precisam se comunicar para resolver a situação, para quebrar o ciclo de violência. As cidades que implementaram a Patrulha da Mulher diminuíram de forma significativa o feminicídio entre as mulheres que denunciam, é fundamental ter essa ferramenta para combater essa situação”.
Segundo a secretária de Assistência Social, Lucileide Gurka, é importante levar para a população a informação que a violência contra a mulher precisa ser evitada. “Todo ano a Assistência Social faz essa campanha com o intuito de proteger e prevenir, e, também apresentar os serviços que o Município oferta, como o Creas e Cram. A mulher precisa denunciar, temos o número 180 para receber as denúncias, as mulheres também podem procurar o Creas para esse atendimento, estamos de portas abertas para ajudar”.
A programação da campanha é aberta ao público. No dia 28/11, será promovido um ciclo de palestras com o tema “Todos por elas”, às 18h30, na Câmara de Vereadores. E no dia 08/12, encerramento da campanha, serão feitas apresentações culturais, na Praça dos Migrantes.
16 Dias de Ativismo: Lucas do Rio Verde faz campanha contra a violência