A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em um depoimento alarmante nesta quarta-feira (4), afirmou que o Brasil corre o risco de perder o Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a maior planície alagada do planeta, até o final deste século. A declaração foi feita durante uma sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado, onde Marina abordou os impactos devastadores das queimadas e da prolongada estiagem que assolam o país, com destaque para o Pantanal e a Amazônia.
“Se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o final do século”, advertiu a ministra, citando estudos científicos.
Marina explicou que a redução das chuvas, combinada com o aumento da evapotranspiração e a incapacidade de os rios e a planície alagada atingirem os níveis de cheia necessários, são fatores que ameaçam a sobrevivência da região.
Ela também destacou que a cada ano o Pantanal perde mais cobertura vegetal, tanto pelo desmatamento quanto pelas queimadas. “Segundo os pesquisadores, até o final do século nós poderemos perder a maior planície alagada do planeta”, enfatizou.
Aumento das queimadas e a seca histórica
Os dados recentes sobre queimadas no Brasil reforçam a gravidade da situação. Somente em agosto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 68.635 focos de incêndio, o maior número desde 2010. Mais de 80% desses incêndios ocorreram na Amazônia e no Cerrado, regiões que, junto com o Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), sofrem com a combinação de desmatamento, queimadas e clima seco.
O Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) também revelou que o Brasil enfrenta a maior seca desde 1950, afetando praticamente todo o território, exceto o estado do Rio Grande do Sul.
Nos últimos meses, o país viu cidades cobertas por fumaça, resultado dos incêndios florestais que devastam áreas como o Pantanal e a Amazônia, evidenciando o impacto direto das mudanças climáticas.