“Brasil é um pais ferroviário”, afirma Miguel Vaz, ao comentar sobre análise do TCU sobre edital de construção da Ferrogrão

Fonte: CenárioMT/ João Ricardo

ferrovia mato grosso

“Quando olhamos para o Brasil, quando enxergamos o mapa do Brasil e, em especial as regiões de muita movimentação de carga, em especial para o grão produzido, você nota um Brasil ferroviário”, afirmou o empresário do agronegócio Miguel Vaz Ribeiro, ao ser procurado pelo CenárioMT para falar sobre o processos de análise do projeto de concessão da Ferrogrão por parte do Tribunal de Contas da União – TCU.

A Ferrogrão vai ligar Sinop, no norte de Mato Grosso (MT) A Itaituba, no Pará (PA). O documento foi protocolado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na última sexta-feira (10). Cabe ao TCU, agora, a análise da documentação para a publicação do edital de licitação ainda este ano.

“Esse é um passo importante que sai da fase do projeto executivo em si, e entra em uma análise jurídica sobre o modelo de concessão. O Tribunal de Contas vai analisar o projeto e vai solicitar ajustes ou não. Então é um passo muito importante antes de colocar na mesa para concessão”, analisa Vaz.

De acordo com Miguel Vaz, para que definitivamente a Ferrogrão esteja em operação, levará de seis a dez anos a partir da assinatura do contrato de concessão. Os recursos para construção da ferrovia que ligará o norte de Mato Grosso ao chamado ‘Arco Norte’ de escoamento através do Rio Amazonas terão como origem as trends.

“Até porque quando eu olho para o processo que está em andamento também, que é a concessão para manutenção da BR-163, do trecho de Sinop a Miritituba, esse plano é para 10 anos, podendo ser prorrogado por mais dois. Pois nesse tempo existe a previsão de conclusão da Ferrogrão”, destacou o empresário.

Diferente de países como os Estados Unidos, que grande parte de sua produção é escoada por meio de navegação, no Brasil mais de 70% da produção é transportada por meio de rodovias.

“A ferrovia para o Brasil, ela tem que ocupar um espaço maior do que a tímida malha ferroviária que temos hoje. A Ferrogrão é sem dúvida de muito ganho e de muita economia para o custo do transporte, dessa logística. E essa diferença vai ficar nas regiões produtoras com a agregação de valores, geração de renda, mais oportunidade e assim, por diante. Hoje o frete consome uma fatia muito grande comparado a outros países”, sinaliza.    

O plano, acompanhado dos estudos técnicos e das minutas de edital e de contrato foi assinado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, após liberação da diretoria da ANTT, na terça-feira (7). São esperados investimentos de R$ 8,4 bilhões no projeto de concessão.

De acordo cor o ministério, a Ferrogrão será uma das vias mais importantes do país e um dos ativos mais aguardados pelos investidores. Com 933 quilômetros (km) de extensão, a ferrovia terá papel logístico fundamental para o escoamento da produção de milho, soja e farelo de soja do estado de Mato Grosso, prevendo-se também o transporte de óleo de soja, fertilizantes, açúcar, etanol e derivados do petróleo.

A implementação da Ferrogrão irá consolidar o novo corredor ferroviário de exportação do Brasil pelo Arco Norte, ligando Sinop (MT) ao Porto de Itaituba (PA). Estão previstos, também, o ramal de Santarenzinho, entre Itaituba e Santarenzinho, no município de Rurópolis (PA), com 32 km, e o ramal de Itapacurá, com 11 km.

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