O biólogo Felipe Dezzotti de Godoy, de 38 anos, cria mais de cinco espécies de animais exóticos, entre eles, uma serpente jiboia. Além do réptil, ele tem, em casa, ratos, topodongos, tenébrio e cinco espécies de baratas.
Felipe afirma que Madona, como é chamada a serpente, é domesticada e nenhum dos bichos apresenta risco ao ser humano.
“Estou cuidando dela para um amigo. Ainda existe um receio das pessoas em relação a esses tipos de bichos, mas é por falta de conhecimento. Todos os animais têm uma função na natureza, sejam eles venenosos ou não, todos devem reconhecer isso”, pontuou.
Ele montou um terrário em casa e aguarda uma resposta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) para legalizá-lo como um criadouro comercial. O processo está em andamento.
A criação de animais exóticos começou em 1994, quando tinha 14 anos. Ele comprou uma iguana e um píton, que viveram por 19 anos sob os cuidados dele.
“Quando eles morreram fiquei um período sem nenhum animal, até esperar a nova legalização. Sempre fui apaixonado por réptil, então como meu amigo estava de mudança, ele deixou a serpente comigo”, contou.
De acordo com Felipe, a serpente nasceu em 2013 e, desde então, é criada de forma doméstica. Ela se alimenta de um roedor a cada 15 dias.
“Répteis são independentes desde o nascimento, mas, se manuseados, eles acabam se tornando domésticos. Depois que crescem, não dão trabalho e ocupam pouco espaço”, explicou.
Todos os animais que ele criou até agora foram acostumados a viver juntos. Ele tinha um “jardim de inverno” em casa onde deixava, por um determinado período, todos os animais juntos.
“Eles entravam e saíam sempre que queriam. Os animais se adaptam ao ambiente. Até mesmo meu cachorro se acostumou com a presença dos outros animais”, disse.
Segundo o biólogo, a serpente sempre desperta a curiosidade e o medo em algumas pessoas.
“As pessoas têm receio, pensam que ela vai morder ou matar alguém. Outros são curiosos, querem pegar e conhecer mais sobre o animal. A principal curiosidade é se elas são geladas, mas não são”, explicou.
De acordo com Felipe, uma jiboia legalizada custa, em média, R$ 2 mil e possui microchip de identificação, além do certificado de origem e nota fiscal.
Já a jiboia adquirida de forma ilegal, o preço varia de R$ 200 a R$ 300.
Ele ressaltou que todos os animais domesticados devem ser levados ao veterinário para avaliação e tratamento.