Biogás e biometano estão em expansão no país para geração de energia e combustível veicular

Fonte: Assessoria

G1007

O biogás e o biometano, ainda pouco explorados no Brasil, estão ganhando relevância como soluções sustentáveis na transição energética. Leidiane Ferronato Mariani, da Amplum Biogás, detalhou em sua palestra os desafios e oportunidades desses combustíveis renováveis durante o XII Seminário de Energia, realizado de 21 a 22 de maio, na Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).

Biogás é um gás produzido pela decomposição anaeróbica (sem a presença de oxigênio) de matéria orgânica por micro-organismos. “Basicamente, trata-se da degradação de resíduos, efluentes e lixos que produzem um gás com capacidade de gerar energia elétrica, térmica e até substituir combustíveis veiculares”, explica Leidiane. Apesar de ainda não ser amplamente utilizado no Brasil como o biodiesel, o biogás vem ganhando espaço devido ao aproveitamento de resíduos para a produção de energia, um recurso valioso e até então subaproveitado.

Atualmente, o biogás representa 0,44% da matriz energética nacional, mas com potencial de ocupar um espaço de protagonismo nos próximos anos, considerando o potencial de mais de 80 bilhões de metros cúbicos de biogás por ano, segundo a Associação brasileira do Biogás (Abiogás). Esse potencial seria o equivalente a 70% do consumo de diesel do Brasil.

“Estamos perto de alcançar mais de mil plantas de biogás no Brasil, variando de pequenas instalações em suinoculturas a grandes aterros sanitários e usinas sucroenergéticas”, afirma Leidiane.

Minas Gerais possui a maior concentração de plantas de biogás, seguido pelo Paraná e Santa Catarina. Em Mato Grosso são 49 em operação. Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apontam que há 21 projetos em andamento no país de plantas para produção de biometano, uma delas é a Uisa em Nova Olímpia, com previsão de entrar em funcionamento em janeiro de 2025.

A expansão do setor enfrenta desafios, especialmente na infraestrutura para produção e distribuição. No entanto, as oportunidades são vastas. O biometano, um combustível similar ao gás natural, pode ser utilizado em todas as aplicações do gás natural, inclusive como GNV ou na indústria, ampliando ainda mais seu potencial de mercado.

“A demanda por descarbonização e combate às mudanças climáticas, juntamente com pressões internacionais por produtos mais renováveis, impulsionam o crescimento do biogás e do biometano”, destaca Leidiane.

Nos últimos anos, o setor tem visto milhões de reais em investimentos em novas plantas e infraestrutura de transporte e gasodutos. A valorização de resíduos e efluentes, transformando-os de lixo em produtos úteis para a produção de energia, é uma das principais vantagens dessa tecnologia. “Essa é a grande mudança: transformar resíduos em matérias-primas valiosas para a produção de energia sustentável”, conclui Leidiane.

Além da descarbonização, a produção do biogás passa pela segurança energética, adaptação climática, maior valorização do biofertilizante e o aumento da arrecadação do Estado. Em Mato Grosso há potencial na vinhaça fina proveniente do etanol de milho e os efluentes da produção de biodiesel. “A transição energética não há mais volta. É um tema urgente para evitar, reduzir e captar emissões na luta contra as mudanças climáticas e também para a adaptação climática”.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.