Barão de Melgaço (113 quilômetros de Cuiabá), 8.164 habitantes em uma área de 11,3 mil km2 no Pantanal mato-grossense, comemora 67 anos neste sábado (13.03) com ações do Governo do Estado em infraestrutura ambiental, educação, turismo e agricultura familiar.
Força-tarefa, criada pelas secretarias de Infraestrutura e Logística (Sinfra) e de Meio Ambiente (Sema) limpou, desobstruiu e retirou aterros nos principais canais, corixos e pontes de madeira para recuperação ambiental da Baía de Chacororé, cujo volume de água havia sido reduzido drasticamente.
Para isso, foram executadas obras emergenciais entre o Rio Cuiabá e a baía, locais de grande influência no nível de suas águas.
Obras de limpeza e desobstrução de canais e corixos na Baía de Chacororé – Foto Marcos Vergueiro
Por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e Sinfra, foi apresentado à prefeita Margareth Gonçalves o projeto da orla turística para o município, cujas obras fazem parte do Programa Mais MT.
O projeto, prevendo dois quiosques, playground para crianças em concreto polido, rampa mecanizada e escadas contemplativas e acessibilidade, aguarda licenciamento ambiental e autorização de órgãos como Marinha e Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
Barão de Melgaço será beneficiado também com o programa Mato Grosso Iluminado, com investimentos de R$ 150 milhões para implantação de iluminação com lâmpadas de LED em todo o Estado.
Nivel da água voltou a subir na Baía de Chacororé, após a limpeza e desobstrução de canais e corixos. Foto Christiano Antonucci
Educação
Há um ano, o Governo do Estado entregou à comunidade o novo prédio da Escola Estadual Coronel Antônio Paes de Barros, com 14 salas de aula, biblioteca, sala de apoio multifuncional, sala para projetos de arte, música e comunicação, refeitório, banheiros e parte administrativa (diretoria, secretaria, coordenação, sala de reunião e dos professores).
Os recursos para a construção (R$ 5,6 milhões) foram recuperados pela Controladoria Geral do Estado (CGE-MT), com a participação da PGE (Procuradoria Geral do Estado), em acordos de leniências firmados em 2018.
Fachada do novo prédio da Escola Estadual Cel Antônio Paes de Barros. Foto Seduc
Agricultura Familiar
Por meio da SEAF (Secretaria de Agricultura Familiar), o município recebeu uma patrulha mecanizada, composta por um trator agrícola 4×4, uma carreta basculante com capacidade para seis toneladas e uma grade aradora com 18 discos de 28 polegadas, beneficiando cooperativas e associações ligadas à agricultura familiar. Os equipamentos foram adquiridos com recursos do Ministério da Agricultura, com contrapartida do Governo do Estado.
Saúde e repasses
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) repassou ao município 725 testes rápidos para detecção do coronavírus e medicamentos para combatê-lo, num total de 31.344 comprimidos, entre azitromicina (3.854), ivermectina (3.083) e dipirona (24.407), também distribuído em gotas, com 599 frascos.
Entre 2020 e 2021, o Governo do Estado repassou R$ 7,9 milhões aos cofres municipais em ICMS, IPVA e Fethab, além de R$ 1,57 milhão em assistência social, transporte escolar, convênios na área de saúde e emendas parlamentares, entre 2019 e 2020.
Economia
Administração pública, com R$ 49,03 milhões, é o principal componente do Produto Interno Bruto (PIB) municipal de R$ 91,4 milhões, registrado em 2018 pelo IBGE, respondendo por mais da metade de seu total.
Os setores de agropecuária, com R$ 19,49 milhões, e de serviços, R$ 16,328 milhões, respondem juntos por 39%, enquanto impostos (3,768 milhões) e indústria (R$ 2,8 milhões) fecham a soma. O PIB per capita é de R$ 10.677,03.
Segundo dados do IBGE de 2019, Barão de Melgaço registra um rebanho bovino com 198,17 mil cabeças, das quais 245 vacas ordenhadas e uma produção leiteira de 245 mil litros; rebanho galináceo com 31.080 cabeças, das quais 25.474 galinhas, com 135 mil dúzias de ovos; 4,64 mil equinos; 3,75 mil suínos, com 190 matrizes; e 768 ovinos. Produziu ainda 2,5 toneladas de peixe em cativeiro e meia tonelada de mel de abelha.
Segundo maior produtor mato-grossense de tangerina, com 160 toneladas colhidas em 2019 – 10 toneladas inferior a Curvelândia, o município produz ainda banana (50 toneladas), cana-de-açúcar (440), mandioca (300), melancia (80) e milho (51). Foram extraídos 870 m3 de lenha.
Histórico
O primeiro nome foi Melgaço, mas também se chamou Chacororé, como a lagoa. Barão de Melgaço é uma referência ao título concedido ao almirante Augusto João Manoel Leverger, o Barão de Melgaço, militar e presidente da Província de Mato Grosso.
Segundo o próprio barão, citado no livro Leverger – o Bretão Cuiabanizado, de Virgílio Filho, melgaço seria o nome de uma série de colinas à borda do Rio Cuiabá. Já pelo dicionário do Aurélio (Buarque de Hollanda) significa louro, melado, enquanto pelo Infopédia é sinônimo de terra abundante em mel.
A primeira referência, segundo site oficial da prefeitura municipal, foi a criação da Paróquia de Melgaço, em 1897. Foi distrito de Santo Antônio do Rio Abaixo, atual Santo Antônio do Leverger, do qual se emancipou em dezembro de 1953, porém instalado em 13 de março do ano seguinte. É composto ainda pelo distrito de Joselândia.