Mato Grosso, um dos estados brasileiros mais afetados por incêndios florestais, enfrentou um mês de março devastador, com o maior número de focos de incêndio já registrado. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 1.624 focos de incêndio no estado durante o mês de março de 2024, um recorde desde o início do monitoramento em 1999.
O aumento alarmante dos incêndios em Mato Grosso é atribuído a vários fatores. Especialistas apontam que a maioria das áreas afetadas não possui autorização para queima controlada, o que contribui significativamente para a propagação descontrolada do fogo. Além disso, a região enfrenta uma redução no regime de chuvas, resultando em condições mais secas e propícias para o surgimento e propagação de incêndios.
As altas temperaturas, exacerbadas pelo fenômeno climático El Niño desde o ano passado, também desempenham um papel crucial no aumento dos incêndios. As condições climáticas extremas tornam o ambiente mais propenso a incêndios florestais, exacerbando ainda mais a situação em Mato Grosso.
Os dados do Inpe revelam que o número de focos de incêndio em março de 2024 em Mato Grosso foi 12% maior do que o registrado no mesmo período em 2020, quando a região enfrentou uma das piores temporadas de incêndios da história, com 4,5 milhões de hectares queimados em 21 municípios dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Dos 20 municípios com maior número de focos de incêndio em março de 2024, 12 estão localizados em Mato Grosso. Nova Maringá lidera a lista, seguida por Brasnorte, Nova Mutum e outros municípios principalmente na região amazônica.
A situação alarmante dos incêndios em Mato Grosso destaca a necessidade urgente de medidas eficazes de prevenção e combate a incêndios, bem como de políticas de conservação ambiental para proteger o ecossistema único da região.