Audiência discute licenciamento ambiental do Lago de Manso

Debate aborda licenciamento, conservação e direitos das famílias ao redor do lago.

Fonte: da Redação

Audiência discute licenciamento ambiental do Lago de Manso
Audiência discute licenciamento ambiental do Lago de Manso - Foto: ALMT

Uma audiência pública realizada nesta quarta-feira (4) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso reuniu autoridades e representantes da população para discutir o licenciamento ambiental do Aproveitamento Múltiplo de Manso (APM), o Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial (PACUERA) e a Lei do Peixamento.

Objetivos do Pacuera e participação pública

O deputado Elizeu Nascimento (PL), responsável pela iniciativa, explicou que o PACUERA é exigência legal para empreendimentos hidrelétricos e visa ordenar o uso do solo e a preservação ambiental no entorno do lago. O plano define diretrizes para conservação, recuperação e ocupação das áreas afetadas, garantindo transparência e participação social.

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“A consulta tem a missão de informar a população sobre o Plano Ambiental, esclarecer dúvidas e receber contribuições”, afirmou Nascimento, destacando a relevância do tema para o desenvolvimento sustentável da região.

Conflitos com empresas e órgãos públicos

O parlamentar criticou acordos recentes firmados entre a empresa Furnas e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), que não teriam seguido os procedimentos legais. Ele lembrou que a lei sobre peixamento determina a soltura de mais de 4 milhões de alevinos no lago, obrigação cumprida em outros estados, mas não em Mato Grosso.

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Para a coordenadora do Núcleo de Regularização Fundiária da Defensoria Pública, Silvia Maria Ferreira, a situação fundiária das famílias ao redor do lago é precária desde 1999. A falta de titularidade impede acesso a benefícios e recursos financeiros. Notificações de despejo emitidas por Furnas, segundo ela, não têm validade legal, e a Defensoria se prepara para atuar caso necessário.

Movimento Pró-Manso alerta sobre insegurança

Paulo Martins, presidente do Movimento Pró-Manso, afirmou que a população sofre com notificações e falta de transparência na documentação. “As comunidades estão estabelecidas há duas décadas, e agora enfrentam ordens de remoção”, explicou, citando mensagens intimidatórias da empresa em torno do lago.

Posicionamento da SEMA

O superintendente de licenciamento, Walmi Lima, destacou que a regularização fundiária é responsabilidade do empreendedor, mas que o órgão acompanha a questão ambiental e social. Notificações e autuações podem ser aplicadas caso a regularização não ocorra, incluindo embargo de obras.

Contexto da Usina Hidrelétrica de Manso

Localizada em Nova Brasilândia e Chapada dos Guimarães, a usina foi construída em 2000 para geração de energia e controle do rio Cuiabá. O reservatório possui 427 km² de área inundada e abriga cerca de 600 famílias em seu entorno, que dependem de medidas de conservação e regularização fundiária.

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Criador de conteúdo especializado em jogos, tecnologia e notícias de Mato Grosso, é redator no CenárioMT e atua também como analista de TI. Desenvolve projetos de game design no tempo livre. Contato para pautas sobre Mato Grosso: [email protected]