A reativação de balanças entre eixos nas rodovias de Mato Grosso tornou-se tema de intensos debates, conforme discutido em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado nesta segunda-feira (4). O assunto provocou preocupações, pois pode resultar em efeitos contraproducentes, prejudicando tanto a logística de grãos durante a colheita quanto a renda dos motoristas de caminhões.
Enquanto a Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) justifica a necessidade das balanças para a preservação da malha asfáltica, as concessionárias responsáveis pela manutenção das vias e representantes do setor produtivo questionam a viabilidade da medida. De acordo com eles, a reativação das balanças entre eixos pode trazer mais prejuízos do que benefícios.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, alerta que os pequenos produtores serão os mais afetados, pois muitos não possuem estrutura de armazenagem ou colheitadeiras com balanças. Isso os obriga a reduzir a carga para evitar ultrapassar os limites permitidos.
Além disso, há preocupações com a umidade dos grãos, que pode variar e afetar os pesos das cargas. Isso poderia demandar mais caminhões, aumentando o tráfego e o desgaste das rodovias. O consultor de logística da Aprosoja-MT, Edeon Vaz, sugere que, caso as balanças sejam reativadas, seja adotada a medição por peso bruto total, com uma margem de tolerância para remanejo de carga.
Durante a audiência, foi ressaltado que os produtores e motoristas não têm interesse em exceder o peso permitido, pois isso poderia resultar em quebras e prejuízos. A fiscalização por meio das notas fiscais foi apontada como suficiente, tornando questionável a necessidade das balanças entre eixos. A discussão continuará sendo objeto de debate entre as partes envolvidas.