A Associação de Coletores da Castanha-do-Brasil do Assentamento Juruena (ACCPAJ), no município de Cotriguaçu, apresentou um Plano de Manejo Florestal Sustentável na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). O objetivo dos associados é que o extrativismo sustentável da castanha possa ter uma regulamentação pelo órgão ambiental como forma de contribuir com a conservação da floresta, geração de trabalho e renda, fortalecimento comunitário e abertura de novos mercados.
A ACCPAJ realiza a coleta em 22 propriedades da região por meio de acordo formais. A cada safra são coletadas e vendidas mais de 150 toneladas de castanha. O Plano de Manejo Sustentável apresentado pela Associação é de uma área de reserva legal da Fazenda São Nicolau e poderá servir de piloto para os outros locais. Na fazenda, as áreas de coleta tem uma produção média anual de 16 toneladas de castanha-do-Brasil, em uma área de 541 hectares.
Os produtos florestais não madeireiros são uma grande fonte de renda para as populações tradicionais, que conseguem explorar a floresta de uma forma sustentável, destacou Marcos Ferreira, Coordenador de Conservação e Restauração de Ecossistemas da Sema. “A castanha do Brasil é um produto de elevado valor agregado, economicamente relevante para o estado. É um projeto que pode servir de piloto para criarmos normas e regulamentos que sejam acessíveis a populações tradicionais como forma a explorar produtos não madeireiro oriundos da floresta dentro de nosso estado”.
Marcos explica que o objetivo da Associação ao apresentar a proposta ao órgão ambiental é atingir um mercado maior. “Até o momento este público trabalha de maneira informal, não existe uma norma que obrigue os coletores de produtos florestais não madeireiros a submeter um projeto na Sema. A iniciativa da cooperativa é para que se inicie a regulamentação para ter um documento do órgão que ateste que os procedimentos de coleta são ecologicamente sustentáveis”.
A presidente da ACCPAJ, Veridiana Vieira, destaca que o parecer da Sema é muito importante pois envolve o extrativismo no estado de Mato Grosso de forma diferenciada do que propõe a lei: “A gente trabalha em parceria com grandes fazendeiros e isso, além de nos trazer um respaldo, agrega valor ao nosso produto. Para o coletor é o respaldo da lei trabalhista, a certificação de que a gente está cumprindo as legislações do estado e contribuindo para que esta cadeia vire de fato uma economia, porque hoje é tudo muito informal”.