O Arquivo Público de Mato Grosso (APMT) oferece um espaço dedicado à preservação e divulgação da história e das memórias da região. Localizado na avenida Getúlio Vargas, no Centro de Cuiabá, o APMT guarda documentos dos períodos da Colônia, Império e República, organizados em 54 mil caixas distribuídas por 12 salas. O acervo inclui mais de 40 mil registros fotográficos e 250 mil itens relacionados a imagens, além de exemplares de jornais de grande circulação como “O Estado de Mato Grosso”, “Jornal do Dia”, “Folha do Estado”, “A Gazeta” e “Diário de Cuiabá”.
Além do vasto acervo documental, o APMT conta com uma biblioteca de obras raras e o recém-inaugurado Espaço Memória, atualmente exibindo a exposição “Lugar de Memória”. Entre os documentos disponíveis estão registros jurídicos do século 20, notas de cartórios e edições do Diário Oficial de Mato Grosso. A exposição “Lugar de Memória” aborda a história política do território mato-grossense através de quatro temáticas: colonização, fronteiras, Guerra do Paraguai e a própria história do Arquivo Público. As três primeiras são temporárias e serão alternadas, enquanto a última é permanente.
O prédio do APMT, que apresenta uma arquitetura no estilo Art Déco, passou por uma reforma completa, reinaugurada em maio deste ano após um investimento de R$ 1,4 milhão pelo Governo do Estado. “As adequações visaram tanto a preservação documental quanto a garantia de acessibilidade ao público”, explicou Basílio Bezerra, secretário de Planejamento e Gestão (Seplag).
O APMT está aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, sem necessidade de agendamento para visitas comuns. Para programações especiais, grupos maiores ou acesso a documentos sensíveis, é recomendável o agendamento prévio via e-mail (arquivopublico@seplag.mt.gov.br) ou telefone ((65) 3613-1800/1808).
Uma das atrações mais inovadoras é o painel interativo que detalha a georreferenciação do mapa de 1802, destacando a antiga estrada de terra que conectava as capitanias de Mato Grosso e Goiás. Este recurso educativo oferece uma imersão nos pontos históricos, com informações sobre povoados, vilas e acampamentos.
Além do acervo físico, o APMT disponibiliza mais de 50 mil documentos digitalizados através do sistema Access of Memory (AtoM), acessíveis globalmente via internet. A superintendente do Arquivo Público, Vanda Silva, enfatiza a importância de combinar o acesso digital com a experiência presencial. “Queremos atrair as novas gerações, que são muito ligadas à tecnologia, para valorizar a importância desses espaços na preservação da memória”, afirma.
Vanda Silva destaca que o Arquivo Público é uma instituição dinâmica. “Ele guarda memórias produzidas no passado e no presente, através dos documentos físicos e digitais. A ideia é mostrar que a história e as informações são vivas”, conclui. Com iniciativas que combinam tecnologia e preservação, o APMT se posiciona como um guardião crucial do patrimônio cultural e histórico de Mato Grosso, acessível a todos que desejam conhecer e valorizar sua rica herança.