O incêndio que está devastando a vegetação e a fauna do Pantanal, em Mato Grosso, há um mês, chegou perto do Santuário das Araras Azuis, em Barão do Melgaço. As fagulhas chegaram até a outra margem do rio queimando uma área perto do Santuário.
O Rio Cuiabá não fui suficiente para impedir o avanço das chamas. O fogo está se espalhando rápido no Pantanal Mato-grossense.
O sargento Rogério Perdigão Junior, do Corpo de Bombeiros, conta que o vento é o principal vilão para que o fogo se espalhe.
“O vento é o principal vilão desses incêndios que estão acontecendo aqui na região do Pantanal. Então quando a gente tem um vento com uma velocidade um pouco maior, o fogo se propaga numa intensidade muito rápida e no campo aberto não tem o que pare. A gente viu muita cobra morta, animais de grande porte, cutia. É triste ver a fauna daqui do Pantanal em chamas”, afirma.
As árvores de uma fazenda onde mais de 700 araras-azuis constroem seus ninhos estão sob ameaça do fogo.
A maior parte da vegetação foi queimada e no restante da área, brigadistas e funcionários tentam evitar o estrago ainda maior. O gerente da fazenda Marcelo Batista Sena conta que a destruição foi enorme e que muitos animais morreram.
“O impacto é enorme porque nós temos uma criação de araras muito grande e outros bichos. Encontramos um veado morto, um macaco morto. A destruição vai ser enorme, eu não sei como nós vamos conseguir fazer para reconstruir tudo o que foi danificado até agora”, afirma.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Ambientais (Ibama), o fogo já consumiu 600 mil hectares no Pantanal em Mato Grosso.
Na medida em que as chamas avançam, eles ficam assustados e procuram logo uma rota de fuga. Em uma estrada foi encontrado várias pegadas de onças. Uma onça-pintada se escondeu numa pousada na região de Porto Jofre, em Poconé.
A bióloga do Instituto Arara Azul, Luciana Pinheiro Ferreira faz parte do grupo que monitora as araras azuis do Pantanal disse que essa é a primeira vez que ela viu o estrago causado pelas queimadas neste ano.
“A gente viu o acuri queimado que é o principal fruto, a falta de água principalmente. A gente viu não só arara com falta d’água, a gente viu bicho e outras aves querendo água. A gente viu bicho morrendo então está sendo muito difícil”, afirma.