Após a morte de dois bebês em Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que aguardavam por uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Sinop, a 503 km de Cuiabá, o secretário de Saúde do estado, Gilberto Figueiredo, anunciou a contratação de novos enfermeiros e a reabertura de dois leitos de UTI e 10 leitos de clínica médica para o Hospital Regional, que atende a região norte do estado.
O anúncio aconteceu nessa quinta-feira (16) após reunião com a prefeita Rosana Martinelli e com o promotor Pompílio de Azevedo.
Com as novas medidas, o HR deve operar em sua capacidade máxima, com 86 leitos no total, podendo chegar a média de 350 cirurgias realizadas por mês. Atualmente, esse número não passa de 180.
Além disso, Gilberto afirmou que haverá um novo sistema regulador, em Sinop, para a transferência de pacientes, para que somente os médicos tomem decisões em relação as internações. Segundo o secretário, o novo sistema deve começar a funcionar a partir da primeira quinzena de junho.
Durante uma coletiva de imprensa, Gilberto ressaltou a precariedade do Hospital Regional, que faz com que diversos pacientes dependam do Ministério Público e da Defensoria Pública para conseguir transferência para uma UTI.
Mortes à espera de UTI
No dia 27 de abril, uma criança de um ano e dois meses morreu depois de dar entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Sinop, com falta de ar e febre.
A diretora da UPA afirmou que a criança ficou na unidade por dois dias, foi entubada e passou a respirar com a ajuda de aparelhos. No entanto, ela necessitava de uma UTI pediátrica.
Uma recém-nascida indígena também morreu à espera de uma UTI no dia 23 de abril. A bebê apresentava um quadro suspeito de meningite.
A Defensoria Pública havia ingressado com uma ação para que o estado disponibilizasse a vaga. O pedido foi acatado pela Justiça, mas a transferência não foi realizada.