O Ministério Público do Estado de Mato Grosso se pronunciou sobre o possível crime ambiental no Rio Paraguai (200 km de Cuiabá), onde no último domingo (17), foram encontrados diversos peixes das espécies cachara, lambari e piau, mortos na cabeceira do rio. O MPMT monitora a coleta e analise das amostrar da água para verificar as causas do dano ambiental.
No final de semana, um morador fez uma denúncia com diversas fotos de peixes mortos, o que se especula é que a contaminação tenha ocorrido no interior da referida unidade de conservação.
No vídeo, o morador fala: “Olha o que eu encontrei. (…) Quantidade de peixe morto. Não sei o que aconteceu. Eu moro aqui pertinho do Catira, pra baixo. É pintado, é lambari, é piau, tudo morto”, lamenta. Um dos peixes que ele mostra é uma cachara, que, segundo ele, tem entre 7 e 8 kg. O morador ainda afirma que os peixes mortos estão descendo boiando pelo rio. Em outro vídeo, apareces várias piraputangas boiando no rio.
De acordo com os policiais do Núcleo De Polícia Militar De Proteção Ambiental de Barra do Bugres, o sargento responsável, Sinésio Francisco Moraes, foi até o local onde os peixes foram encontrados, em Alto Paraguai, a 200km de Cuiabá e 129km de Barra do Bugres, para investigar as causas.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente informou que recebeu a denúncia e que os fatos já estão sendo apurados por meio da Diretoria de Unidade Desconcentrada de Tangará da Serra.
Veja na integra a nota emitida pelo Ministério Público sobre o caso:
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso monitora a coleta e análise de amostras do Rio Paraguai, na região da APA Nascentes do Rio Paraguai, para verificar as causas do dano ambiental divulgado nas redes sociais desde ontem. O que se especula é que a contaminação tenha ocorrido no interior da referida unidade de conservação.
A APA Nascentes do Rio Paraguai já foi alvo de coleta promovida pelo Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador – NEAST do Instituto de Saúde Coletiva – ISC da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), no ano de 2017, cuja análise revelou contaminação por agrotóxicos na referida Área de Proteção Ambiental Estadual.
Na ocasião, foram detectados princípios ativos de substâncias para os quais não há limites de segurança previstos no Brasil, tanto para água potável quanto para água superficial, como o Clomazone, Imidacloprido, Propoxur e Tiametoxam.
De acordo com informações da 2ª Promotoria de Justiça de Diamantino, o relatório técnico foi anexado aos autos das ações civis públicas já propostas, bem como nos recursos interpostos pelo MPE. Atualmente, existem 19 processos em tramitação na 1ª Vara Cível de Diamantino sobre o assunto.