O Pantanal, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta, está em chamas mais uma vez. E as chamas não são acidentais: a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, confirmou nesta segunda-feira (1º de julho) que a Polícia Federal está investigando 18 pontos de origem dos incêndios, todos em propriedades privadas.
“A Polícia Federal está conduzindo a investigação. O que podemos afirmar é que a maioria dos incêndios ocorre em propriedades privadas, e que não são causados por raios, mas por ação humana“, disse Marina Silva. Imagens de satélite do Ibama e do ICMBio corroboram a afirmação da ministra, mostrando claramente os pontos de partida das queimadas.
Entre janeiro e 11 de junho deste ano, os incêndios já consumiram 327 mil hectares do Pantanal, uma área equivalente ao dobro da cidade de São Paulo. Esses dados alarmantes são do Lasa da UFRJ e revelam a gravidade da situação.
Para se ter uma ideia da dimensão do problema, este ano já foram registrados 2.019 focos de incêndio no bioma até 14 de junho, segundo o Inpe. Esse número representa um aumento de 54% em relação ao mesmo período de 2020, considerado o pior ano de queimadas no Pantanal, quando 133 focos foram registrados até esta data.
Especialistas alertam que a situação atual é resultado de uma combinação de fatores: seca severa prolongada, intensificada pelo El Niño, e a falta de ações preventivas adequadas por parte das autoridades.
Historicamente, os picos de queimadas no Pantanal ocorrem em setembro, o que significa que a situação pode piorar ainda mais nos próximos meses. A ONG SOS Pantanal, em nota técnica emitida em novembro de 2023, já alertava para a gravidade da situação e exigia ações urgentes dos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do ICMBio e Ibama.