A professora Lucilene Ezequiel, 37, não sabia de nada quando, há cerca de três semanas, seus 28 anos do terceiro ano do ensino médio começaram a rondá-la no final da aula. O motivo era nobre: entregar os R$500 que haviam arrecadado para fazer a festa de formatura para ajudá-la no tratamento de seu filho de sete anos. O fato aconteceu na Escola 14 de Fevereiro, no município de Pontes e Lacerda (445 km de Cuiabá).
“Primeiro e senti um pouco de dó, porque eu acompanhei o ano todo, e eu sabia da importância da festa para eles. E também senti alegria ao mesmo tempo, de ver que mesmo passando por coisas tristes ainda há esperança, a maioria das pessoas é boa”, disse.
Lucilene é formada em língua portuguesa e pedagogia, e professora há oito anos. Em 2019, deu aula de artes para esta turma, que inclusive só estava com ela há um ano. Seu filho Enzo, de sete anos, foi diagnosticado em agosto de 2018 com duas doenças autoimunes: Pitiríase rubra pilar e artrite psoriásica.
“Há um ano ele faz tratamento no Julio Muller, em Cuiabá, toma vacina e mais medicamentos, mas não estava melhorando. Então levei ele para São José do Rio Preto para ter uma segunda opinião”, disse. Para conseguir o dinheiro da viagem, Lucilene fez rifas e outras ações sociais, e foi aí que os alunos se compadeceram.
Depois que os estudantes doaram os R$500, no entanto, os comerciantes da cidade também se compadeceram e lhes presentearam com a festa, que aconteceu na última quarta-feira (18). Enzo conseguiu ir para Rio Preto, algumas medicações foram modificadas e, agora, ele continuará o tratamento no Julio Muller, tomando uma vacina todas as terças-feiras. “A vacina custa R$8420, mas eu consegui de graça após entrar com ação na defensoria”, conta a mãe e professora.
