A cada dia, uma mulher desaparece em Mato Grosso. Os dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) são alarmantes: desde 2014, foram registrados mais de 3 mil desaparecimentos de mulheres com idades entre 18 e 60 anos. Em 2023, a média foi de um caso por dia, e a tendência se mantém em 2024.
Por trás desses números, há um cenário complexo de violência e vulnerabilidade. Conforme o delegado Roberto Amorim, responsável pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP, os principais motivos para o desaparecimento de mulheres são conflitos familiares, violência doméstica e abuso sexual.
“A gente sabe que a maioria dos casos de mulheres desaparecidas está relacionada a essas situações. É um ciclo de violência que, muitas vezes, culmina em situações extremas”, afirma o delegado.
A boa notícia é que a taxa de resolução dos casos é alta, chegando a 95%. No entanto, o delegado destaca que o Estado ainda enfrenta desafios na formalização do encerramento desses casos.
Para ajudar a solucionar casos de desaparecimento, é fundamental que a população esteja atenta e aja rapidamente. O delegado Amorim reforça que não é preciso esperar 24 ou 48 horas para registrar um boletim de ocorrência.
“Se a pessoa saiu de casa e não deu notícias, já é motivo para preocupação. Quanto mais cedo a família registrar o desaparecimento, maiores as chances de encontrar a vítima com vida”, explica o delegado.
Ao registrar um boletim de ocorrência, é importante fornecer o máximo de detalhes possíveis sobre a pessoa desaparecida:
- Características físicas
- Locais que costuma frequentar
- Redes sociais
- Histórico de doenças
- Se há histórico de uso de drogas ou conflitos familiares