Agentes penitenciários descobriram a contabilidade de uma facção criminosa na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, que atuava na aplicação de golpes de venda de veículos através do site OLX. Conforme informações, mais de 45 páginas de anotações dos crimes foram apreendidas, o que totalizaria aproximadamente em R$ 1 milhão em golpes frustrados.
A descoberta aconteceu durante a ‘Operação Agente Douglas’, iniciada no dia 12 de agosto para fazer uma limpa na unidade. Desde então, uma série de materiais como drogas, aquecedores de água e até bebidas alcoólicas artesanais, foram retiradas das celas. Quem passa em frente à PCE se assusta com a quantidade de lixo espalhado.
Uma série de áudios obtidos pela reportagem mostra como os criminosos agiam. O veículo é anunciado no site de vendas. A vítima interessada na compra entra em contato com o golpista, que se passa por revendedor de uma concessionária. Toda negociação é feita através do WhatsApp.
O golpista costuma dizer que precisa de uma quantia em dinheiro, já inclusa no valor total do veículo, para reservá-lo. No áudio obtido o criminoso afirma que o sinal é de R$ 1,5 mil. “Esse valor é para que eu tire o veículo do quadro de vendas, cancela as propostas e te dê prioridade. O veículo não vai rodando, ele vai em uma cegonha. Para isso, tenho que tirar o aníncio da OLX, cancelar as propostas”, diz.
“Após o veículo chegar no seu endereço, você vai ter o tempo de 24 horas para melhor avaliação, ou seja, você vai estar fazendo um test drive, olhando a mecânica. Se der negócio, você concretiza a diferença de R$ 6 mil no ato da entrega. Se não rolar o negócio, o valor da reserva é devolvido na hora. Entendeu amigo?”.
Em uma das páginas de anotações é possível ver dados de alguns veículos como, por exemplo, um Fiat Ecosport, Honda Civic, caminhonete S10 e uma Fiat Toro Volcano. Os valores variam de R$ 34 mil a R$ 116 mil.