De 2019 a novembro de 2021, fiscais do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) realizaram operações de fiscalização conjuntas que culminaram na apreensão de 10.614 m3 de madeira e na apreensão de 342 caminhões transportando o produto ilegalmente.
O trabalho consiste em os fiscais fazerem a identificação científica das madeiras transportadas por meio de uma análise anatômica das amostras coletadas das respectivas cargas, que são confrontadas com os resultados das informações contidas nas documentações da Guia Florestal emitida pelo Estado, o Documento de Origem Florestal (DOF) ou a nota fiscal.
“As irregularidades mais comuns são as divergências entre a madeira transportada e a espécie que consta na documentação. Nesses casos, as madeiras transportadas são consideradas irregulares, sujeitas às penalidades previstas em leis, porque podem ser originadas de desmatamento ilegal, de áreas de preservação ou reserva indígena”, explicou o fiscal de Defesa Agropecuária e Florestal, Filogênio da Rocha Neto.
A quantidade de caminhões apreendidos com irregularidades não chega a 1% do número de caminhões fiscalizados. Em 2021, foram fiscalizados 27.963 veículos, dos quais 117 foram apreendidos. Em 2020, a fiscalização checou 27.167 veículos e 83 estava com madeira irregular. Já em 2019, foram 27.050 caminhões fiscalizados e 142 alvos de apreensão.
As espécies mais transportadas de forma ilegal são cambará (Qualea sp.), garapeira (Apuleia sp.), angelim pedra (Hymenolobium sp.), morcegueira (Trattinickia sp.), cumbaru (Dipteryx sp.) e até mesmo a castanheira (Bertholetia excelsa), cujo corte é proibido, pois muitas famílias dependem do extrativismo do fruto desta árvore.
Conforme o fiscal de Defesa Agropecuária e Florestal Vantuil Gonçalo Bertúlio, as regiões de Cuiabá, Rondonópolis e Barra do Garças, onde estão os principais pontos de fiscalização, são os locais onde mais acontecem as apreensões. “Geralmente essas madeiras irregulares são originadas em Rondônia, Mato Grosso e Pará, e em sua maioria destinadas à região Sudeste, o maior consumidor de madeiras exploradas na Amazônia Legal”.