Uma fazenda localizada na região de Alta Floresta- Mato Grosso, foi condenada a pagar R$ 200 mil por danos morais coletivos após um trabalhador ficar soterrado em um silo de soja por duas horas. O caso, que chocou a região, expôs graves falhas nos procedimentos de segurança da empresa e levou a Justiça do Trabalho a tomar uma decisão dura.
O acidente ocorreu durante a coleta de amostras de grãos, quando o trabalhador foi tragado pelo silo. A rápida ação de colegas e dos bombeiros foi fundamental para salvar sua vida. No entanto, as sequelas do trauma e as falhas da empresa levaram à ação judicial do Ministério Público do Trabalho.
A investigação apontou diversas irregularidades, como a falta de treinamento adequado dos funcionários, a ausência de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados e a não observância das normas de segurança para trabalho em espaços confinados. A empresa tentou justificar o ocorrido alegando erro do trabalhador e cumprimento das normas, mas as provas apresentadas em juízo foram suficientes para comprovar a negligência da empresa.
“A empresa não apenas deixou de fiscalizar o cumprimento das normas regulamentadoras pelo trabalhador, como deixou de desligar o silo por meio de seu supervisor”, afirmou o juiz Adriano Romero, da Vara do Trabalho de Juína.
A decisão judicial, além da indenização, impõe à empresa uma série de medidas para garantir a segurança dos trabalhadores, como a realização de treinamentos específicos, a utilização de equipamentos de segurança adequados e a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). O descumprimento dessas medidas resultará em multas diárias.
O caso serve como alerta para a importância da segurança no trabalho, especialmente em setores de alto risco como a agricultura. A condenação da fazenda demonstra que a Justiça está atenta às violações das normas trabalhistas e que as empresas serão responsabilizadas pelos danos causados aos seus funcionários.