A greve nacional da Educação, nesta quarta-feira (15.05), em Mato Grosso, mobilizou mais de sete mil pessoas na Capital e milhares por todo o estado. Atos Públicos, passeatas, carreatas, debates, mobilizados pelo Sindicatos dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) parou as redes municipais e estadual de educação nas várias regiões do estado.
As regiões polo como Sinop, Rondonópolis, Tangará da Serra, Cáceres, juntos, pararam um público semelhante aos que estiveram nas ruas de Cuiabá. Mato Grosso todo deu o recado aos governos Federal e também estadual: se houver corte na verba da Educação, Reforma da Previdência ou retirada de direitos, voltam para as ruas e param Mato Grosso e o Brasil.
Para além dos trabalhadores e trabalhadoras da Educação Básica, a mobilização retomou o já ocorrido em 2016, quando houve a ocupação das escolas por estudantes. Na greve desse 15 de Maio de 2019 foram novamente os jovens, protagonistas contra o desmonte promovido pelo governo Bolsonaro nos direitos sociais e, principalmente, na educação.
União
Juntos nas ruas, universitários da Federal de Mato Grosso (UFMT), Universidade de Mato Grosso (Unemat), Instituto Federal de Educação de Mato Grosso (IFMT), e secundaristas das escolas estaduais e Ensino Fundamental, gritavam canções de resistência e palavras de ordem. Principalmente, contra a agressão verbal do presidente Bolsonaro, na mídia, ao chamar os manifestantes de idiotas.
Para além dos jovens, as manifestações levaram para a luta, lideranças sindicais, políticos, professores universitários, técnicos e funcionários das universidades, dos IFMTs, assim como os educadores das redes municipais e estadual de municípios da Baixada Cuiabana. A população, que durante toda a caminhada realizada no centro da capital, aplaudiam e entoavam as palavras de ordem cantada pelos manifestantes.
Ataque ao direito constitucional
O secretário de Assuntos Educacionais da Confederação dos Trabalhadores em Educação (CNTE), entidade que convocou a greve em todo o pais, Gilmar Soares, também dirigente do Sintep/MT, esclareceu que a paralisação é uma advertência ao projeto do governo Bolsonaro, que desrespeita a prerrogativa do direito Constitucional da Educação (nos artigos 3º, 212, 213) que trata da educação pública, gratuita, laica e de qualidade, liquidando direitos, inclusive a Previdência. “Ataca dois aspectos que são centrais na vida da população”, disse.
O presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira, alertou que a retirada sistêmica de direitos implicará em retrocessos para a classe trabalhadora e para os estudantes. Conforme ele, esse é o momento de dar o recado contra o retrocesso e as tentativas de ataques aos trabalhadores e aos estudantes. “Nossa resposta será nas ruas”, afirmou.
No mesmo tom da revolta coletiva o dirigente do Sintep/MT, Henrique Lopes evocou o artigo 3º da Constituição Federal para destacar o estado democrático de direito. “Parece que aqueles que estão conduzindo o pais esqueceram de ler e pregam o ódio de classes. Não aceitamos a reforma da previdência, e não aceitaremos o corte nos recursos da educação. Cpnquistamos nossos direitos nas ruas e é nela que vamos garantí-los”, concluiu.