O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, apresentou nesta quarta-feira (10.04) na Assembleia Legislativa e no Tribunal de Contas do Estado (TCE) os números relativos ao cenário atual e dos últimos 15 anos, que desencadearam no desequilíbrio financeiro porque passa o Estado em 2019, exemplificando que a administração estadual destina R$ 75 para a folha de pagamento, a cada R$ 100 arrecadados.
As informações passadas pelo chefe do Executivo estadual são referentes à evolução da receita corrente líquida, da arrecadação, dos gastos com folha de pagamento e das despesas totais do Estado, demonstrando um crescimento muito forte da arrecadação, com índice positivo de 342%, mas, em contrapartida, com aumento de 678% da folha total de todos os Poderes.
“Hoje, de cada R$ 100 que se arrecada em Mato Grosso, R$ 75 são destinados à quitação da folha de pagamento de todos os Poderes, o que tira do Estado a capacidade de prestar um serviço minimamente digno. Temos que inverter esse quadro, aumentando a arrecadação de forma a termos mais dinheiro para investir no que importa ao cidadão, para que as coisas mudem nesse Estado”, pontuou Mendes.
O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, afirmou que o Legislativo continuará apoiando as decisões da administração estadual, no que se refere a projetos que busquem a regularização fiscal e econômica de Mato Grosso.
“O governo está mostrando, de forma transparente, a situação em que se encontra. Temos uma perspectiva muito boa e o governador pode continuar contando com todo o apoio da Assembleia, na aprovação de projetos, que foram decisões acertadas”, disse Botelho.
Já o vice-presidente do TCE, Luiz Henrique Lima, também pontuou a respeito da contribuição que o órgão de controle pode oferecer na busca do equilíbrio financeiro de Mato Grosso.
“Nosso esforço será não apenas o de cumprir com nosso papel fiscalizador, mas também recomendando medidas que possam contribuir para a melhoria da arrecadação, redução de eventuais desperdícios, aprimoramento de legislações, melhoria de políticas públicas e de alocação de recursos, além da eficiência dos gastos”, destacou o conselheiro.
O presidente do TCE, Domingos Neto, considerou a apresentação como “incisiva”, uma vez que mostrou a avaliação fiscal dos últimos 15 anos, aproximando o Conselho de Contas da realidade fiscal do Estado.
“Colocamos nossa equipe técnica, auditores e Conselho de Contas à disposição para melhorar a relação com o governo e buscar a melhoria do interesse público nas causas sociais”, esclareceu.
Mauro Mendes encerrou a explanação afirmando acreditar que com a pulverização das informações, os Poderes poderão trabalhar em sintonia para encontrar soluções simples e necessárias para o reequilíbrio fiscal de Mato Grosso.
“A partir de agora, acredito que todos poderemos contribuir para ajudar Mato Grosso. Tudo isso para que não aconteça o que está acontecendo em vários Estados, que têm quatro folhas de salário em atraso e uma péssima prestação de serviço ao cidadão”, concluiu o governador.