A pandemia da Covid-19 em Mato Grosso tem provocado queda no faturamento, demissões e nova forma de trabalho nas indústrias do estado. Dados da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), coletados pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL MT), mostram que 90% das empresas do setor tiveram prejuízos e 40% reduziram a produção. Clique aqui e leia a pesquisa.
Os números fazem parte da pesquisa sobre a percepção do empresário industrial mato-grossense diante da pandemia e foram divulgados nesta quarta-feira (15.07). Cinquenta empresários de oito segmentos diferentes participaram do levantamento.
Para 70% dos entrevistados, os decretos municipais para o enfrentamento da disseminação do vírus trouxeram impactos negativos. Já as decisões do governo estadual dividiram as opiniões dos empresários: 46% classificaram como positivas e outros 46% como negativas. As determinações da esfera federal no combate à pandemia tiveram 50% de avaliação positiva.
A pesquisa do IEL MT mostra ainda que adoção do home office foi a solução encontrada para 20% dos pesquisados. Já 28% das empresas tiveram que se adequar para continuar operando, adotando estratégias como tele-entrega, por exemplo.
Como efeito direto dessa crise, 13% das empresas tiveram que realizar desligamentos de funcionários, sendo que desse percentual, 50% dos que responderam citaram ter demitido até 10% da equipe.
Para 56% dos empresários que participaram da pesquisa, o cenário econômico atual deve permanecer estagnado e 72% acreditam que a recuperação do seu negócio ocorra em até um ano. Entre as principais medidas para a retomada gradual da economia, os empresários citaram incentivos ficais (72%), novas linhas de crédito (70%) e isolamento vertical (60%).
O presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, destaca que o cenário é de cautela. E os impactos poderão ser maiores com o avanço da doença, prevista até setembro em Mato Grosso.
“Hoje, o maior impacto econômico está no comércio, serviços e nas micro e pequenas indústrias que dependem do relacionamento direto com o consumidor. Esses segmentos foram mais impactados pelo fechamento de postos de comercialização, por conta do lockdown, e das medidas de restrição à circulação de pessoas”, afirma.
Ainda de acordo com Oliveira, com a queda da confiança do consumidor, as indústrias de bens duráveis, como as que fabricam móveis e materiais de construção, por exemplo, têm encontrado problemas para comercializar os produtos. Na pesquisa, 81% dos empresários relataram redução de vendas e 25% citaram a existência de dificuldade com novas receitas.
Protagonismo – Desde o início da pandemia, o Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Sistema Fiemt) tem realizado diversas ações para dar suporte aos empresários industriais no enfrentamento à crise.
Entre as iniciativas estão a participação no comitê de crise do Governo do Estado, a implantação de protocolos de segurança no ambiente de trabalho, pesquisas periódicas de monitoramento dos impactos da Covid-19 na indústria e parceria com a Secretária Estadual de Saúde (SES) na compilação de dados regionais do avanço da doença. Para conhecer outras iniciativas acesse fiemt.com.br/coronavirus.