Cinco filhotes de tucano resgatados em operações contra o tráfico de animais ganharam um lar temporário até que estejam preparados para viver na natureza. As aves estavam no Batalhão Ambiental de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, e nesta quinta-feira (23) foram levadas para um sítio, em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá.
Três deles chegaram ao abrigo de animais com sinais de maus-tratos. Estavam com as asas cortadas.
Depois do resgate, em dezembro e janeiro, as aves foram levadas ao Departamento de Animais Silvestres da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde foi feita avaliação do estado de saúde. Então, encaminhadas o Batalhão Ambiental, que funciona como viveiro de recuperação e ressocialização para animais resgatados.
Ao todo, eram seis filhotes. No entanto, um deles apresentou problemas pulmonares e foi encaminhado para o Hospital Veterinário da UFMT. Quando estiver bem, também deve fazer parte desse projeto desenvolvido por equipes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e da UFMT que preparam as aves para a reintrodução na natureza.
Os cinco tucanos estão sob a guarda provisória de um cuidador voluntário, até que tenham condições e capacidade de viverem sozinhos.
A guarda provisória de animais silvestres é uma ação prevista pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) desde 2013. É concedido ao cuidador voluntário um Termo de Guarda de Animal Silvestre (TGAS), por meio da qual ele assume a responsabilidade pelo animal resgatado, apreendido ou entregue espontaneamente.
Marluce Scaloppe atua como cuidadora desde 2013. Essa é a segunda vez que a professora pega a tutela de tucanos resgatados. O sítio em que ela mora foi adaptado de acordo com normas ambientais necessárias para abrigar animais.
Enquanto os filhotes de tucano chegaram em sua propriedade nesta quinta-feira, dois tucanos adultos foram soltos na floresta.
“Estar em um lugar que não tem tanta gente, com mais contato com a natureza, menos barulho, acaba deixando o animal mais calmo”, disse o veterinário Christiano Justino, coordenador de Faunas e Recursos Pesqueiros da Sema.
Segundo ele, o guardião tem facilidade para lidar com os animais. “Eles ficam mais calmos na presença dos cuidadores. Isso ajuda no trabalho da soltura branda, que é a soltura que acontece aos poucos, principalmente em casos de animais debilitados”, explicou.
No ano passado, 329 animais silvestres de pequeno e grande porte foram resgatados e destinados a soltura ou encaminhados para guardiões provisórios ou mantenedores.