A dor da violência contra a mulher é uma ferida aberta na sociedade. Apesar dos avanços legais e das campanhas de conscientização, os números de feminicídios e outros tipos de violência de gênero continuam a crescer de forma alarmante em Mato Grosso.
De acordo com dados do Observatório da Segurança Pública, 46 mulheres foram assassinadas em decorrência de feminicídio no estado em 2023. No primeiro semestre de 2024, esse número já chegou a 20. Cuiabá lidera o ranking de cidades com mais casos, seguida por Rondonópolis, Sinop e Sorriso.
Além dos feminicídios, os casos de lesão corporal dolosa e ameaças também são preocupantes. Em 2023, mais de 10 mil mulheres foram vítimas de agressões físicas e quase 19 mil receberam ameaças de morte. Os dados demonstram um cenário de violência generalizada contra as mulheres em Mato Grosso.
A pesquisa Avon de 2011 revelou que uma das principais causas da violência doméstica está enraizada em questões culturais, com muitos homens ainda se considerando donos de suas parceiras. Essa mentalidade machista perpetua um ciclo de violência que precisa ser interrompido.
A Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, representou um avanço significativo na proteção das mulheres vítimas de violência doméstica. No entanto, os números mostram que a lei, por si só, não é suficiente. É preciso intensificar as ações de prevenção, combate e punição à violência de gênero, além de promover a igualdade entre homens e mulheres.