O CEO da Embracer, Lars Wingefors, abre a discussão sobre a possibilidade de aumentar o preço dos jogos acima dos atuais US$ 70. Ele argumenta que a inflação e os custos de produção crescentes tornam esse ajuste necessário para a indústria de videogames, assim como em outros setores.
Desafios e possibilidades:
Wingefors reconhece que aumentar os preços pode ser desafiador, pois os consumidores já estão acostumados com o valor de US$ 70. No entanto, ele sugere que jogos com experiências únicas e extensas, como RPGs com 100-150 horas de conteúdo, tais como Baldur’s Gate 3 (um jogasso), podem justificar um preço mais alto.
A Embracer está considerando diferentes estratégias para lidar com o cenário, incluindo a possibilidade de lançar jogos mais curtos e menos custosos, ou até mesmo experimentar preços mais altos para títulos específicos. O objetivo é encontrar o equilíbrio entre valor para o consumidor e sustentabilidade para a empresa.
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Wingefors destaca que as microtransações e outros modelos de monetização dentro do jogo também podem ser utilizados para gerar receita adicional, complementando o preço de compra inicial.
O CEO da Take-Two, Strauss Zelnick, já havia indicado que o Grand Theft Auto VI poderia ter um preço superior a US$ 70, justificando a decisão pela entrega de “valor além do custo”, e o último relatório de lucros da Take Two não contradiz essa fala, muito pelo contrário, para atingir os lucros esperados pela empresa, o jogo deveria ser vendido à US$ 100 (R$ 524.36 hoje, 31/05/2024).
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Discussão Aberta:
A empresa Embracer passou por um programa de corte de custos que resultou em demissões, cancelamentos de jogos e mudanças estruturais. Apesar da reestruturação, Wingefors afirma que o objetivo da empresa continua sendo oferecer jogos de alta qualidade e experiências únicas para os jogadores.
A indústria de videogames ainda está em debate sobre a viabilidade de aumentar os preços dos jogos acima de US$ 70. A Embracer, como outras empresas, está buscando soluções para garantir a sustentabilidade do setor e oferecer valor aos consumidores, aqui vão alguns pontos importantes:
- Aumento do preço dos jogos pode ser necessário para combater a inflação e os custos de produção.
- Jogos com experiências únicas e extensas podem justificar um preço mais alto.
- Microtransações e outros modelos de monetização podem complementar o preço de compra inicial.
- O futuro da indústria de videogames está em debate sobre o aumento dos preços dos jogos.
- A Embracer busca soluções para garantir a sustentabilidade e oferecer valor aos consumidores.
A indústria de videogames enfrenta um momento crucial em relação ao preço dos jogos. As empresas, como a Embracer, estão debatendo diferentes estratégias para lidar com a inflação, os custos de produção e as expectativas dos consumidores. A busca por um modelo sustentável que ofereça valor tanto para os jogadores quanto para as empresas é fundamental para o futuro do setor.
Jogos por mais de R$ 350 no Brasil?
A indústria de games enfrenta um dilema global: aumentar os preços para acompanhar a inflação e os custos de produção, ou manter valores acessíveis para garantir a inclusão e o crescimento do mercado? No Brasil, essa discussão ganha contornos ainda mais complexos, considerando a conversão direta de preços e a realidade socioeconômica do país.
O preço dos jogos não é apenas uma questão mercadológica, mas também uma questão de justiça social. No Brasil, onde o salário mínimo é de R$ 1.412, um jogo de US$ 70 (pouco menos de R$ 400) representa quase 25% da renda mensal de um trabalhador. Essa realidade torna a compra de um novo lançamento um luxo para muitos.
Aumento dos preços: Uma espada de dois gumes
Do lado positivo, o aumento poderia viabilizar projetos mais ambiciosos, impulsionando a qualidade dos jogos e reconhecendo seu valor. No entanto, essa medida corre o risco de tornar os games inacessíveis para grande parte da população, excluindo jogadores de baixa renda e aprofundando a desigualdade.
Microtransações, DLCs e outros modelos de monetização surgem como alternativas para as empresas gerarem receita sem elevar o preço base dos jogos. Essa abordagem pode permitir que os jogadores paguem pelo que realmente consomem, diluindo o impacto financeiro total e democratizando o acesso.
Por mais que o exagero dessas práticas seja cansativo e até abusivo em grande parte do tempo, esta pode acabar sendo a melhor maneira de manter os preços dos jogos acessíveis.
Jogos que sofreram aumentos de preços semelhantes a US$ 70 para US$ 80 ou mais:
Exemplos Internacionais:
- Grand Theft Auto V: Lançado em 2013 por US$ 60, o jogo teve seu preço aumentado para US$ 80 na versão remasterizada para PlayStation 5 e Xbox Series X/S em 2021.
- The Last of Us Part I: O remake do aclamado jogo de 2013 foi lançado em 2022 por US$ 70, um aumento de US$ 10 em relação ao preço original.
- Red Dead Redemption 2: Lançado em 2018 por US$ 60, o jogo teve seu preço aumentado para US$ 80 na versão remasterizada para PlayStation 5 e Xbox Series X/S em 2021.
- Horizon Forbidden West: Lançado em 2022 por US$ 70, o jogo é um dos primeiros grandes lançamentos da PlayStation a ter um preço inicial de US$ 80.
- Elden Ring: Lançado em 2022 por US$ 60, o jogo teve um aumento de preço para US$ 70 em algumas regiões, como Europa e Austrália.
Exemplos Brasileiros:
- Cyberpunk 2077: Lançado em 2020 por R$ 249, o jogo teve seu preço aumentado para R$ 299 em algumas lojas online brasileiras em 2023.
- Deathloop: Lançado em 2021 por R$ 299, o jogo teve seu preço aumentado para R$ 349 em algumas lojas online brasileiras em 2023.
- Ghostwire: Tokyo: Lançado em 2022 por R$ 299, o jogo teve seu preço aumentado para R$ 349 em algumas lojas online brasileiras em 2023.
- Horizon Forbidden West: Lançado em 2022 por R$ 299, o jogo teve seu preço aumentado para R$ 349 em algumas lojas online brasileiras em 2023.
- Elden Ring: Lançado em 2022 por R$ 299, o jogo teve seu preço aumentado para R$ 349 em algumas lojas online brasileiras em 2023.
Vale ressaltar que a lista acima não é exaustiva e que o aumento de preços de jogos não é uma prática universal. Diversos jogos continuam sendo lançados por preços mais acessíveis, e existem diversas iniciativas para tornar os jogos mais acessíveis a um público mais amplo, como programas de desconto, vendas e serviços de assinatura.
A decisão de aumentar o preço de um jogo é complexa e deve levar em consideração diversos fatores. As empresas precisam encontrar um equilíbrio entre o valor percebido do produto, a sustentabilidade do negócio e a acessibilidade para o público consumidor.
Um bom exemplo de atitude empresarial e de boas práticas na questão de pricing é a empresa indi Pirate Software, liderada pelo streamer Jason Thor Hall, criadores do game Heartbound um RPG de ação e aventura que foi lançado a 20 reais somente no Brasil, tendo um desconto insano de 60% em relação ao seu preço base, de acordo com Jason:
A pirataria é geralmente uma questão de economia. Ou você não pode comprar um jogo e então o pirateia, ou não pode obtê-lo porque não tem acesso a ele. Tomemos como exemplo o Brasil. Brasileiros no meu chat, levantem-se! Eu amo vocês, caras.
O Brasil tem um problema muito grande com a pirataria, mas não é porque eles são idiotas. O Brasil tem um problema com a pirataria porque economicamente não faz sentido comprar jogos no Brasil. Eles geralmente são dramaticamente caros. Então, a maneira como resolvi isso para Heartbound – tínhamos uma grande população brasileira de pessoas que gostaram da demo, adoraram e não puderam comprar o jogo porque era muito caro.
Então eu fiz isso: está vendo isso aqui? Heartbound está com 60% de desconto no Brasil, são 20 reais, e eu nunca vou mudar o preço para o povo brasileiro com 60% de desconto. São apenas $ 4 em um jogo de $ 10. Ao tornar isso acessível para o povo do Brasil e localizar o jogo em português brasileiro, representa 25% da receita do nosso estúdio através da venda de jogos.
O Chamado à ação
Cabe à indústria, ao governo e aos próprios jogadores se unirem para construir um futuro mais justo e inclusivo para os games no Brasil. Através do diálogo, da criatividade e da busca por soluções inovadoras, podemos garantir que essa paixão continue a unir pessoas e a transformar vidas.
Juntos, podemos vencer essa batalha e construir um futuro onde o entretenimento seja um direito e não um privilégio.