Aos poucos, a situação de Daniel Alves vai se complicando. Ele está preso, na Espanha, acusado de haver estuprado uma mulher de 23 anos, na noite de 30 de dezembro de 2022.
As revelações se sucedem nos jornais de Madri e da Catalunha. E todas comprometedoras para o lateral brasileiro.
A primeira delas: acabou a história absurda de que os dois só teriam ficado no mesmo banheiro por 47 segundos e que tudo o que o brasileiro teria feito seria tocar as partes íntimas da mulher, debaixo do vestido que ela usava.
Na verdade, de acordo com veículos de informação espanhóis, os dois teriam ficado cerca de 15 minutos trancados no banheiro.
O El País, um dos jornais mais respeitados do mundo, traz a informação de que Daniel Alves deu três afirmações diferentes à Justiça.
A primeira foi que ele não conhecia a mulher e não tinha acontecido nada na boate Sutton. “Nunca vi essa mulher na vida”, declarou o lateral, de 39 anos.
A segunda foi a de que a mulher entrou no banheiro em que ele estava, mas o brasileiro pediu que saísse e ficou parado, sem tocá-la. E que nada falou para preservá-la.
A terceira foi que houve relação sexual, mas consentida. E, de novo, não tornou pública a situação para preservar a espanhola.
Daí a prisão preventiva, sem fiança, por Daniel Alves ter mentido.
E pelas declarações fortíssimas da suposta vítima.
O jornal El País relata o que teria ocorrido na boate.
A mulher, de 23 anos, estava com uma amiga e uma prima. As três ganharam convite para entrar na boate Sutton. Estavam em um bar próximo. Quando elas chegaram à danceteria, Daniel Alves e um grupo de mexicanos estavam na área VIP. E as convidaram para ficar com eles. Elas foram.
De acordo com a publicação, ela revelou que Daniel Alves se apresentou como jogador de bocha, e não de futebol.
E se aproximou dela por trás, pegando em sua mão e forçando que a colocasse nas suas partes íntimas.
“Estava me dando nojo. Ele pegou minha mão e a colocou no seu pênis. E eu a tirei”, seriam as frases que ela usou no depoimento.
Mas Daniel Alves seguiu insistindo e indicou que ela fosse ao banheiro com ele. Ela foi, mas garantiu que não sabia que era banheiro.
O atleta teria trancado a porta. O El País prossegue, afirmando que Daniel Alves foi violento. Queria forçá-la a tomar atitudes sexuais. Diante da negativa, o jogador a teria esbofeteado, com tanta intensidade que ela caiu no chão. Foi quando, ainda de acordo com o jornal espanhol, ele a penetrou, sem consentimento.
Ao terminar a relação sexual, Daniel teria exigido que ela ficasse no banheiro. Ele saiu sozinho e tratou de ir embora. Depois de dois minutos, de acordo com a filmagem, ela teria saído, chorando, desesperada, pelo que aconteceu.
Sua amiga e a prima a acudiram e chamaram os seguranças. Mas houve tempo suficiente para Daniel Alves ir embora.
A polícia foi chamada, a mulher fez exames médicos e entregou seu vestido, que continha, de acordo com os jornais espanhóis, sêmen. E o exame de DNA comprovará se ele era, ou não, de Daniel Alves.
A suposta vítima também teria relatado à polícia que não quer nenhuma compensação financeira de Daniel Alves, que ela sabe ser milionário. O que deseja é que a lei “seja cumprida”.
A Espanha mudou, em outubro de 2022, a legislação em relação à violência sexual contra a mulher.
Batizada de “só o sim é sim”, ela prevê penas mais duras. Desde que comprovado o abuso, o estupro, o criminoso terá de ficar na cadeia entre 4 e 12 anos.
Daniel Alves, que está preso desde sexta-feira em uma cadeia longe do centro de Barcelona, permanece garantindo inocência.
E que a relação sexual foi “consentida”. Seus advogados estão tentando revogar a prisão preventiva, que valeria até o julgamento, sem data para acontecer.
Pode ser nos próximos dias ou meses.
A CBF, como ocorre com escândalos sexuais que envolvem jogadores da seleção brasileira, não se manifestará. Considera que se trata de um problema particular do atleta.
A direção do Pumas manterá a decisão de demissão por justa causa.
A rescisão será oficializada na segunda-feira, quando o clube mexicano pagará o que deve ao atleta.
Seu contrato terminaria em junho deste ano.
O Pumas sentiu que sua imagem foi profundamente prejudicada por ter um atleta “seu” preso, acusado de estupro.
O São Paulo, que deve prestações mensais de R$ 400 mil a Daniel Alves, como acordo por sua saída do clube, seguirá depositando “normalmente”.
“Uma coisa não tem nada a ver com outra”, me disse um conselheiro ligado à presidência.
O problema não é dinheiro.
De acordo com publicações especializadas, Daniel Alves, que ganhou “muito bem” no Barcelona, na Juventus, no PSG, recebia R$ 1,5 milhão no São Paulo, e também não tinha o que reclamar do Pumas, possui vários imóveis e dezenas de milhões de reais investidos.
A suposta vítima não quer o dinheiro de Daniel Alves.
Ela o quer “pagando” na cadeia pelo “sexo forçado”.
Nenhum jogador da seleção, nem melhor amigo, mostrou solidariedade.
Ninguém se posicionou em apoio a sua suposta inocência.
Nem Tite, que queria homenageá-lo se o Brasil conseguisse o hexa.
Daniel Alves poderia levantar a taça ao lado do capitão Thiago Silva.
Só que o título não veio.
E Daniel Alves está encarcerado na prisão Brians 1, a 30 quilômetros do centro de Barcelona.
Por não ter residência fixa na Espanha, ser milionário.
E poder imitar Robinho, ficar no Brasil, que não extradita seus cidadãos, mesmo condenados no exterior.
Robinho tem nove anos de cadeia para cumprir na Itália, condenado por estupro coletivo.
Vive em Santos, com toda a liberdade.
O temor na Espanha era que Daniel Alves desfrutasse a mesma situação…