O cantor e compositor jamaicano Jimmy Cliff, ícone mundial do reggae, morreu aos 81 anos, deixando um legado que marcou gerações e encontrou no Brasil um de seus maiores polos de admiração. A notícia gerou forte comoção entre artistas brasileiros, que destacaram sua contribuição para a música global e para a identidade afrodiaspórica no país.
Gilberto Gil lembrou que Cliff exerceu influência decisiva em sua trajetória artística e no desenvolvimento do reggae moderno. O músico ressaltou que Cliff abriu caminho para o reconhecimento internacional do gênero ao lado de nomes como Bob Marley.
Chico César também expressou sua emoção ao recordar o impacto político e cultural do jamaicano, classificando-o como um mestre da música afrodiaspórica. O artista destacou encontros que teve com Cliff em festivais internacionais e lembrou a conexão especial do músico com o Brasil.
No Maranhão, onde o reggae integra a vida cotidiana, a morte do artista ganhou relevância singular. Para o jornalista e DJ Ademar Danilo, diretor do Museu do Reggae, Cliff sempre ocupou posição central na formação musical do estado. Ele observou que o Maranhão adotou cedo as canções do artista, ainda no início dos anos 1970, e que o álbum Follow My Mind marcou gerações.
Ademar relatou que Cliff tinha forte relação com São Luís, cidade que ajudou a consolidar como a “Jamaica brasileira” após vivenciar de perto clubes, tradições e o cotidiano da capital. O diretor relembrou ainda encontros marcantes com o músico, especialmente quando representou o recém-criado Museu do Reggae em uma reunião no Institute of Jamaica.
A repercussão no estado reflete a dimensão do artista. Segundo Ademar, a morte de Cliff tomou conta das conversas na comunidade regueira, evidenciando sua importância histórica. Autor de clássicos como Many Rivers to Cross, The Harder They Come e You Can Get It If You Really Want, Cliff foi um dos responsáveis por levar o reggae ao cenário global antes da consagração de Bob Marley.





















