STJ decide que site de comércio eletrônico não é responsável por golpes

Fonte: R7

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© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Imagine que você está procurando um carro para comprar. E acha um anúncio, na OLX um veículo do seu gosto, com bom preço e em boas condições. Então, decide comprá-lo, diretamente com o vendedor, que recebe o seu dinheiro.

Porém, o carro não existe, nem a concessionária anunciada no site. Era um golpe, e você caiu. Perdeu dinheiro. A OLX pode ser responsabilizada?

De acordo com o que decidiu o STJ, em julgamento de 21 de junho de 2022, não.

O ministro Marco Aurélio Bellizze, no fundamento de seu voto, argumenta que a empresa serviu tão apenas como uma página de classificados e, dessa forma, não tem qualquer responsabilidade ou culpa sobre o ocorrido.

A advogada Fabíola Meira, especialista em Direito das Relações de consumo e sócia do Meira Breseghello Advogados, concorda com a decisão e afirma que “a contratação ocorreu diretamente entre o fraudador e os consumidores e estes não foram diligentes quando da transação”.

Isso porque o site não intermediou a compra, mas só propiciou o local de anúncio e, dessa forma, os compradores deveriam ter tomado mais cuidado ao verificar se o carro existia, se as pessoas eram confiáveis, etc.

A OLX, como seus concorrentes, é um site de classificados, e não tem a responsabilidade de conferir a veracidade dos anúncios e informações que ali estão, inclusive porque seu lucro acontece por meio da publicidade no site e não de comissões de vendas.

Seria como responsabilizar um jornal impresso caso um dos classificados fosse fraudulento. O jornal apenas disponibiliza o espaço, tal qual os sites.

Fabíola adverte que “vulnerabilidade não se confunde com falta de atenção e de cuidados na escolha do parceiro contratual” e, portanto, “condenar as empresas (seja os anunciantes, seja os fornecedores que não tem qualquer relação com a transação e que nada receberam) em fraudes como esta, prestigia e fomenta comportamento desidioso”.

O consumidor não pode ser prejudicado, mas também não pode agir sem cuidado, como se não tivesse deveres a cumprir, como o de se certificar da veracidade das informações fornecidas por terceiros ou por vendedores na hora da compra.

 

Jornalista apaixonada por astrologia, bem-estar animal e gastronomia. Atualmente, atuo como redatora no portal CenárioMT, onde me dedico a informar sobre os principais acontecimentos de Mato Grosso. Tenho experiência em rádio e sou entusiasta por tudo que envolve comunicação e cultura.