Em operação padrão desde dezembro de 2023, os servidores do Banco Central (BC) paralisarão as atividades em 20 e 21 de fevereiro, na volta do carnaval. Em assembleia realizada nesta sexta-feira (9), a categoria rejeitou a proposta do governo de conceder reajuste de 13%, parcelado para 2025 e 2026.
Segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), 97% dos presentes à assembleia desta sexta-feira aprovaram o indicativo de greve escalonada. A primeira paralisação, de 48 horas, ocorrerá nos dias 20 e 21.
De acordo com o Sinal, o governo não atendeu às principais reivindicações dos servidores do BC, como a exigência de nível superior para o cargo de técnico, a mudança de nome do cargo de analista para auditor e a criação de uma “retribuição por produtividade institucional”, semelhante à existente para os auditores-fiscais da Receita Federal.
Além de aprovarem o indicativo de greve, os servidores decidiram entregar imediatamente os cargos comissionados. A devolução inclui cargos de gerências e diretorias. Segundo o Sinal, a medida pretende “provocar uma asfixia operacional e burocrática no órgão, como forma de pressionar o governo a atender às demandas da categoria”.
A categoria reivindica um reajuste de 36% e reestruturação da carreira.
Em nota, o Banco Central informou que a mobilização não tem afetado o funcionamento de serviços essenciais, como o Sistema de Transferência de Reservas, a compra e venda de títulos públicos para regular a taxa Selic (juros básicos da economia) e o funcionamento do Pix. O órgão ressaltou reconhecer o mérito das reivindicações, o direito de greve e disse confiar na responsabilidade dos servidores com a sociedade.
* Matéria atualizada às 21h20 para acrescentar o posicionamento do Banco Central.
Edição: Fernando Fraga