Redução de preços de combustíveis em Lucas do Rio Verde foi em média R$ 0,25 por litro

Valor anunciado pela Petrobrás foi de R$ 0,40 para a gasolina e R$ 0,44 para o óleo diesel

Fonte: CenárioMT com informações Assessoria

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A redução dos preços da gasolina e óleo diesel demorou a chegar para o consumidor final. Além disso, o valor chegou fracionado às bombas em todo o país. Um levantamento feito nesta quarta-feira (24) mostra que o setor não repassou o valor anunciado pela Petrobras na última semana.

Com a nova política adotada pela Petrobrás, a gasolina diminuiu R$ 0,40 por litro, enquanto o óleo diesel teve queda de R$ 0,44 por litro. Contudo, a pesquisa indica que nos postos o preço médio da gasolina baixou R$ 0,22 por litro, enquanto o óleo diesel S-10 ficou R$ 0,25 mais barato por litro.

Procurado por CenárioMT, o representante do SindiPetroleo na região norte, Vilson Kirst, disse que alguns postos chegaram a baixar em R$ 0,30 por litro os preços da gasolina e óleo diesel. A média entre os postos ficou na casa de R$ 0,25 por litro.

Fiscalização

O anúncio da fiscalização de preços em todo o país gerou manifestação da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis). Além da fiscalização de Procons, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) lançou um canal para denunciar possíveis abusos na prática de preços.

A Fecombustíveis disse, por meio de sua assessoria, que o mercado de combustíveis no Brasil segue regime de preços livres e não de preços controlados. “Hoje, os postos de todo o país estão sendo fiscalizados pelos Procons, demandados pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que criou um canal para receber denúncias de postos que não estejam cobrando preços justos de gasolina e óleo diesel ou sob alegação de preços abusivos”, informou.

Segundo a federação, não há tabelamento de preços no mercado de combustíveis, com regime de preços livres. “Os preços são livres e devem se formar de acordo com a dinâmica de oferta e demanda, em um ambiente de livre mercado”, disse em nota.

Como funciona o mercado

Os postos de combustíveis compram gasolina e óleo diesel das distribuidoras e não das refinarias. Portanto, não se pode cobrar o repasse integral da queda de preços nas refinarias da Petrobras de R$ 0,40 da gasolina e de R$ 0,44 do óleo diesel nos postos porque as distribuidoras incluem outros custos, além do preço da Petrobras.

As refinarias vendem gasolina A (pura) e óleo diesel A (puro) para as distribuidoras. Quando os produtos chegam nas bases de distribuição são adicionados os biocombustíveis. No caso da gasolina é acrescentado 27% de etanol anidro. Esta gasolina com a mistura recebe o nome de gasolina C, que é a vendida nos postos. O mesmo ocorre com o óleo diesel que recebe adição de 12% do biodiesel, tornando o diesel B, comercializado nos postos. Considerando apenas a composição do combustível (sem impostos): 73% da gasolina é o custo das refinarias e 27% é o custo do etanol anidro. No caso do diesel, 88% é o custo das refinarias e 12% inclui o preço do biodiesel.

Logística

Além dos custos dos biocombustíveis, as distribuidoras também incluem os custos de logística para realizarem todo suprimento de combustíveis no país.

Para reduzir os preços, os postos dependem dos preços cobrados pelas distribuidoras, que dificilmente será na mesma proporção dos custos das refinarias pelas características de funcionamento deste segmento. Ou seja, um terço do custo total dos combustíveis pagos pelo consumidor é referente à refinaria.

Outro importante aspecto é que a Petrobras também não é única supridora dos combustíveis, há outras refinarias privadas, cuja referência é a cotação do petróleo no mercado externo, como é o caso da Ream (Norte do país) e da Refinaria Mataripe, controlada pela Acelen (Bahia).

Importação

Além disso, deve-se considerar o volume de produtos importados, que não seguem os preços da Petrobras, mas, sim, da cotação do mercado internacional. Em torno de 20% do óleo diesel e mais de 10% da gasolina são importados.

“Vale destacar que a competição no setor da revenda de combustíveis é muito acirrada, são cerca de 42 mil postos de combustíveis no país, cujas margens são bem apertadas e, na grande maioria das capitais, estão abaixo de 10% bruto. Portanto, dificilmente, o consumidor será explorado com preços fora do patamar do mercado, já que num regime de preços livres quanto maior a competição, melhor será o preço ao consumidor final”, destaca a nota.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.