Nesta quarta-feira (13), quando a Petrobras se reúne para decidir a troca da presidência e a renovação recorde no conselho da estatal, um item de pauta chama a atenção: a definição sobre a remuneração dos gestores e conselheiros. Em salários e benefícios, a conta chega a R$ 39,6 milhões – valor que não inclui a fatia devida pelo lucro obtido pela empresa em 2021 – um resultado histórico de R$ 106,6 bilhões.
Parte dos quase R$ 40 milhões diz respeito à distribuição de bônus pelos resultados da empresa referentes ao período anterior a 2021. Esse montante é de pouco mais de R$ 13 milhões. Já a fatia dos ganhos dos diretores relativa ao ano passado e que também deve ser paga não foi divulgada pela estatal.
A petroleira brasileira mostrou-se um excelente negócio para quem apostou em suas ações no decorrer de 2021. A remuneração de acionistas começa a ser paga dentro de um mês e teve um rendimento de nada menos que 27%. Para se ter uma ideia do tamanho da operação, o valor total do pagamento dos chamados “dividendos complementares” chegará a R$ 37,3 bilhões, de acordo com documento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A pauta da assembleia da Petrobras desta quarta inclui: eleição do novo conselho de administração, incluindo o presidente do conselho, Mário Andrade Weber; eleição do presidente da estatal, José Mauro Ferreira Coelho – ambos indicados pelo presidente Bolsonaro (PL). A União é acionista majoritária da empresa, com 50,5% das ações.
O governo indicou como seus conselheiros: Carlos Eduardo Lessa Brandão, Eduardo Karrer, Luiz Henrique Caroli, Murilo Marroquim de Souza, Ruy Flaks Schneider e Sonia Julia Sulzbeck Villalobos. Os acionistas minoritários indicaram outros sete nomes.
Além das trocas, a assembleia ainda discutirá a aprovação dos demonstrativos financeiros de 2021 e a remuneração dos administradores.