Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise, revela que o Brasil vem passando por um importante processo de bancarização da população. Hoje, 94% dos consumidores possuem alguma conta em banco.
O estudo aponta que, mesmo com os bancos digitais já à frente dos físicos no país, 60% dos entrevistados afirmam que mantém contas nos dois tipos de instituição bancária.
Apesar da grande oferta dos bancos para abertura de novas contas, 65% dos consumidores afirmam pagar tarifas bancárias. Entre os principais motivos para o pagamento de tarifas, estão a taxa de manutenção (35%), saque de dinheiro no caixa eletrônico (27%) e operações de crédito como transferências (21%).
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O presidente da CNDL, José César da Costa, alerta que os consumidores precisam ficar atentos às cobranças indevidas de tarifas bancárias.
“Todo e qualquer serviço prestado pelo banco deve ser precedido de contrato. O contrato de abertura de conta corrente não autoriza o banco, por si só, a cobrar tarifa de manutenção. Uma vez caracterizada a cobrança indevida, ao consumidor é assegurado o direito de solicitar não só a suspensão desta cobrança, mas também a restituição/devolução do valor pago deste título”, diz Costa.
A pesquisa também revela que os meios de pagamentos mais utilizados são o PIX (72%), cartão de débito (44%) e cartão de crédito (36%). Praticamente sem uso estão o Whatsapp (1%), cheque à vista e cheque pré-datado (ambos 0%).
O PIX já faz parte do dia a dia do consumidor brasileiro. Apesar do pouco tempo de lançamento, 99% dos consumidores possuem chave PIX cadastrada. Entre os que utilizam PIX, 65% usam sempre.
Entre os principais motivos de uso do PIX estão a rapidez e praticidade (60%), o valor ser transferido na hora (42%), ser bastante aceito nos estabelecimentos (27%) e segurança (26%).
O pagamento por aproximação também cresceu nos últimos anos. Oito em cada dez entrevistados já utilizaram a modalidade (76%, com destaque entre os mais jovens), principalmente por cartão físico.
Entre os principais motivos para o uso são a rapidez e praticidade (66%), não digitar senha na maquininha (45%) e testar a nova tecnologia (29%).
Entre os que não utilizaram o pagamento por aproximação, as principais razões são a falta de confiança (51%), medo por não haver a necessidade de digitar a senha (26%), de não ter habilitado esta modalidade no cartão (23%) e medo de clonagem / roubo de dados (22%).
O cartão físico (86%) é o meio mais utilizado para realizar pagamentos por aproximação (destaque nas classes A/B), seguido do celular (33%).
Outra modalidade de pagamento que cresceu nos últimos anos é o QR Code. Oito em cada dez consumidores (82%) já fizeram pagamento via QR Code. 63% fazem pagamento às vezes, 20% raramente e 16% sempre.
O principal motivo para utilização é a praticidade e rapidez da modalidade (55%), seguido da ampla aceitação nos estabelecimentos (44%) e não precisar digitar senha na maquininha (30%). Enquanto o principal motivo para não utilizar o QR Code é a falta de confiança nesta modalidade de pagamento (27%), a não aceitação por parte dos estabelecimentos (26%) e a dificuldade em saber como funciona (22%).
De acordo com os consumidores, para motivação do uso do QR Code, as principais iniciativas seriam mais informações sobre esta modalidade de pagamento (61%), a segurança nas transações (35%) e mais aceitação nas lojas (22%).
“Diante da diversidade de opções de pagamentos, fica o alerta para o consumidor se manter atento à segurança das transações. No caso do PIX vale conferir sempre o destinatário para evitar transferências erradas, e nos pagamentos por aproximação ter um limite para esse tipo de pagamento para evitar problemas caso o cartão ou celular sejam perdidos ou roubados. No caso das lojas, a pesquisa mostra que o bom e velho dinheiro de papel já não basta e a aceitação somente de cartão pode ser insuficiente para atender a clientela. O comércio precisa estar adaptado às novidades para não perder venda”, destaca Costa.