O preço das passagens aéreas subiu 18,33% em maio, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nos últimos 12 meses, o aumento acumulado é de 88,65%. O principal motivo é o aumento do preço do combustível.
Dados da Anac (Agência Nacional de Aviação) mostram que o querosene da aviação registrou alta de 82,7% no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período de 2019. Já a cotação do dólar em relação ao real, que também influencia no preço da passagem, aumentou de 38,7%. Desde então, o preço da passagem aérea variou 21%.
Segundo Luiz Moura, diretor de marketing e sócio fundador da Voll, os custos maiores fizeram as companhias reajustarem os preços. “Cerca de 30% do valor da passagem aérea é combustível. Somado a isso, temos a guerra entre Rússia e Ucrânia, que tem refletido na mobilidade. Isso porque, a Rússia é a terceira maior produtora de combustível do mundo, com 11% da fatia de mercado. Diversos países embargaram a compra de combustível russo e a demanda do produto ficou menor”, explica.
Prefira viajar em horários em que a passagem é mais barata. Baseado em estudos do Kayak, o diretor da empresa no Brasil, Gustavo Vedovato, destaca que em “voos internacionais as partidas entre 5h e 10h horas da manhã podem ficar 22% mais baratas”. “Para os voos nacionais é o oposto: o melhor período do dia é entre 10h e 22h, quando o preço médio fica até 12% mais em conta.”
Segundo Luiz Moura, diretor de marketing e sócio-fundador da Voll, conseguir uma passagem aérea mais barata está diretamente ligado ao comportamento e planejamento do consumidor. “É preciso antecipar a compra das passagens com cerca de três semanas antes da data da viagem. Por exemplo, uma ponte aérea entre Rio de Janeiro e São Paulo, a mesma passagem pode ter aumento de até 216% se, em vez de comprada com 20 dias de antecedência, ela for adquirida apenas três dias antes”, afirma.
Um levantamento da Onfly mostrou que trechos com tráfego de passageiros mais elevado, os reajustes entre 2021 e 2022 foram de três a quatro vezes maiores. Voos de São Paulo (Congonhas) para o Rio de Janeiro (Santos Dumont) subiram 433%. Já o destino São Paulo (Congonhas) para Belo Horizonte ficou 430% mais caro. Passagens de Belo Horizonte para São Paulo (Congonhas) aumentaram 307% e de Guarulhos para Vitória registram alta 291%. Essas são viagens que levam em média 1h20min.
Uma forma de baratear a passagens aérea é escolher pousar em aeroportos com mais oferta de voos, fazendo com que sejam mais baratos. Há cidades em que há dois aeroportos. O passageiro pode ainda usar outro meio de transporte para chegar ao seu destino final.
Segundo gerente de negócios da MaxMilhas, Rafael Palácio, “um exemplo seria o aeroporto de Goiânia (GYN) que possui poucos voos e, por isso, eles costumam ser mais caros. Nesse caso, o viajante poderia escolher o aeroporto de Brasília como destino final e, de lá, pegar um transporte terrestre para ir até Goiânia”.
Comprar passagens de ida e volta com aeroportos diferentes também deixa a passagem aérea mais em conta.
Ainda de acordo com Palácio, outra estratégia para economizar é não viajar nos dias em que os aeroportos costumam ficar mais cheios. Nos feriadões, a demanda aumenta muito e os preços disparam. A dica é comprar a passagem aérea de ida para um dia antes do início de períodos com grande fluxo e a de volta para depois do término de feriados.
Escolher passagens aéreas que podem ser remarcadas com facilidade permite que o consumidor escape das variações do dólar. “Ao optar por tarifas que te deem flexibilidade para esse tipo de alteração, você evitará taxas salgadas da moeda caso ocorra um aumento em alguma eventualidade”, explica Rafael Palácio.
Há alguns dias em que a passagem aéras fica mais em conta, conforme mostra pesquisas da Kayak. “Os preços de voos nacionais tendem a ser 13% mais baixos às quartas-feiras, enquanto os voos internacionais tendem a estar 4% mais baratos às quintas-feiras. Ao contrário, aos domingos, os voos nacionais podem ficar 15% mais caros, e os internacionais, 4% mais caros às sextas-feiras”, afirma Vedovato.
O consumidor pode achar que está economizando escolhando passagens com tarifas mais baratas, mas elas, muitas vezes, acabam saindo mais caras ou não compensando o desgaste até o destino. “A melhor tarifa depende da necessidade de cada viajante, já que a mais barata pode possuir conexões muito longas, sendo uma viagem mais cansativa. Ou elas não incluem serviços que podem ser importantes para você, como bagagens e escolha de assento. Se for fazer uma viagem internacional ou mais longa dentro do Brasil, por exemplo, geralmente é necessário despachar bagagem, o que as tarifas mais baratas não dão direito“, destaca Palácio.
“Cabe ao viajante verificar se a tarifa que já possui a mala incluída é mais em conta do que adquirir a taxa mais baixa e adicionar a mala posteriormente, que geralmente fica menos cara quando comprada com antecedência pelo site ou aplicativo da companhia aérea, podendo até dobrar de preço se deixada para última hora, como no momento do check-in no balcão da companhia”, completa o gerente da MaxMilhas.