Orçamento de 2026 terá receitas extras para garantir meta fiscal

Governo federal aposta em novas fontes de arrecadação para assegurar o superávit previsto e compensar perdas no pacote fiscal aprovado pelo Congresso.

Fonte: CenárioMT

Orçamento de 2026 terá receitas extras para garantir meta fiscal
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O Orçamento Geral da União de 2026, aprovado pelo Congresso Nacional, deverá contar com receitas adicionais para manter o cumprimento da meta fiscal de superávit de R$ 34,3 bilhões no próximo ano. As medidas, embora não estejam detalhadas no texto aprovado, fazem parte da estratégia da equipe econômica para reforçar o caixa federal.

Entre as alternativas consideradas estão a aprovação do projeto que combate o chamado devedor contumaz, a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em transações com criptoativos e a realização de renegociações especiais com devedores da União.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou essas possibilidades ao afirmar que o governo trabalha com um conjunto de cenários para recompor a arrecadação, após o Congresso aprovar um pacote fiscal com impacto menor do que o inicialmente estimado.

A projeção inicial da equipe econômica era arrecadar cerca de R$ 30 bilhões com a redução linear de benefícios fiscais e o aumento de tributos sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP), apostas on-line e fintechs. No entanto, estimativas do Legislativo indicam que o efeito final deve ficar em torno de R$ 22,4 bilhões em 2026.

Mesmo com os desafios, Haddad defendeu a consistência da proposta orçamentária. Segundo ele, a peça é compatível com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que estabelece um superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto, equivalente a R$ 34,3 bilhões. Pelo novo arcabouço fiscal, a meta é considerada cumprida mesmo com resultado zero, devido à margem de tolerância prevista.

Devedor contumaz e frustração de receitas

De acordo com o ministro, ainda não há cálculos fechados sobre o impacto do projeto que combate empresas que utilizam a inadimplência tributária como modelo de negócio. A expectativa é que a medida ajude a compensar a frustração de receitas causada pela redução do alcance do pacote fiscal aprovado.

O Senado também aprovou a redução parcial de benefícios fiscais concedidos a empresas e o aumento de tributos sobre bets, fintechs e JCP. O texto aguarda sanção presidencial.

Outras alternativas em estudo

Além dessas iniciativas, o governo avalia a regulamentação da tributação sobre criptoativos, dependente de normas do Banco Central, o aumento do Imposto de Importação para alguns produtos e possíveis ajustes nas alíquotas do IOF. Grandes acordos tributários com contribuintes também estão no radar.

Haddad citou ainda a expectativa de decisões do Supremo Tribunal Federal que possam gerar receitas adicionais em 2026, sem detalhar os processos envolvidos.

Defesa da estratégia fiscal

O ministro rebateu críticas sobre a inclusão de medidas ainda não aprovadas no Orçamento, afirmando que não é possível enviar uma proposta fiscal sem indicar as ações necessárias para viabilizá-la. Ele também destacou que o atual governo herdou um cenário de desorganização das contas públicas e juros elevados, além de problemas estruturais no Banco Central.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada. Envie suas sugestões para o email: [email protected]