A carne suína, que tem os cortes mais baratos do mercado, tem sofrido uma grande procura nos estabelecimentos que revendem o produto. Essa tem sido a salvação para o mato-grossense conseguir ter ‘a mistura’ do dia a dia no prato de refeição.
No entanto, os consumidores começaram a notar que os cortes de porco também já sofreram uma discreta alta nos preços e preocupa, já que é a opção que restou com preço mais acessível ao bolso do consumidor.
A maior demanda pela carne de porco é um indicativo do aumento do preço, porém, o grande vilão que este preocupando até mesmo os criadores de suínos é o farelo de milho, que está cotado num preço muito alto e encarecendo o custo de produção, conforme explicou o diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues.
Os farelos, que servem de ração de engorda para os animais, são os responsáveis por mais de 60% do custo final da proteína, ou seja, pelo valor que nós consumidores vamos pagar no açougue ou nas prateleiras do mercado.
“O que nos afeta muito é o custo de produção excessivamente alto em função do farelo de soja e milho, é muito preocupante. O custo do Mato Grosso hoje [preço do kg de produção], dependendo do produtor, oscila entre R$ 4,80 e R$ 5,20 e o preço da carne suína ainda está a baixo de R$ 7. Isso preocupa muito porque ainda não sabemos como vai ser a commodity do milho, principalmente na safrinha que está chegando, que pode ter problema em função das chuvas, além de estar muito atrasada”.
No entanto, o presidente ressaltou uma medida que a Associação Brasileira tomou junto de suas associadas estaduais para manter a carne de porco ‘mais em conta’, em relação ao boi e as aves: os cortes mais discretos com a opção de o consumidor comprar uma quantidade menor e mais barata.
“Se você for no mercado hoje vai ver cortes bem menores do que aqueles pernis enormes. Hoje, ninguém que comer tanto assim. Um corte de 10kg ou 12kg para descongelar e tirar 1kg é algo totalmente indevido e, consequentemente, bem mais caro. Então sobra aí um viés para a suinocultura vender mais e o brasileiro aprender a comer a carne de porco, que se mantém como a mais barata do mercado”, terminou.